sábado, 27 de abril de 2013

O NOVO MANDAMENTO DO AMOR


Queridos Filhos e filhas

O Senhor na força de seu Espírito de Amor é que nos une nesta santa celebração, e é sobre o Amor que a liturgia deste 5º Domingo da Páscoa nos convida a refletir. Antes de tudo deveremos reconhecer que o amor envolve toda a nossa vida, pois, nós fomos criados no amor, pelo amor e para o amor. Em outras palavras, fomos criados para a vida de comunhão com Deus que é a Amor (1Jo 4,8). E esta vida é plena de felicidade, longe de qualquer dor e sofrimento.

Todavia para alcançarmos esta meta, faz-se necessário enfrentar esta vida sofrida, atribulada, tão marcada por dores e angústias que nos fazem até pensar em desistir de caminhar. Mas, hoje a primeira leitura nos encoraja a não desanimarmos e nem desistirmos, assim dizia Paulo e Barnabé aos discípulos e hoje a todos nós: “Permanecei firmes na fé... é preciso que passemos por muito sofrimentos para entrar no Reino de Deus” (At 14,22). Vejam, que palavras profundas, que devem tocar e mover nosso coração: é somente permanecendo com fé firme, se abandonando nas mãos de Deus, com muita confiança e amor, unindo as nossas vidas à Cristo, que conseguiremos enfrentar, todo e qualquer sofrimento. Lembrando de que é preciso carregar a cruz de cada dia, porque nada se compara à vida feliz e plena, cheia de glória na qual Deus preparou para nós, o seu Reino. E é desta Vida Nova que a segunda leitura nos fala.

Deus preparou e prepara para nós, um novo céu e uma nova terra, um mundo novo. Mas que mundo novo é este? É a Jerusalém Celeste, a cidade santa, o lugar onde Deus habita, ou seja, o céu, a morada do amor, da comunhão com Deus, onde unidos a Ele poderemos viver uma vida plenamente feliz numa aliança de amor. Esta é a nossa verdadeira pátria, a cidade onde nós filhos e filhas de Deus deveremos morar. Nesta divina morada não haverá morte, dor, tribulação, angústia, sofrimento, tudo isso passará e “Deus enxugará toda lágrima de nossos olhos e fará novas todas as coisas”. Junto de Deus estaremos envolvidos por uma única coisa: o Seu Amor.

Todavia, Deus é tão misericordioso, “tão bom para com todos nós suas criaturas”, que já aqui na terra, no hoje de nossa vida sofrida, podemos experimentar um pouco desta felicidade que Ele preparou para nós. E isto nós escutamos ainda na segunda leitura: “Esta nova Jerusalém, desceu do céu de junto de Deus, vestida qual esposa enfeitada para seu esposo... Esta é a morada de Deus entre os homens, Deus vai morar no meio deles”. Quem é esta esposa? Quem é esta morada de Deus em nosso meio? É a Igreja, esposa de Cristo, adornada das riquezas de salvação que são os sacramentos, pelos quais podemos experimentar a vida nova e feliz. É nela que podemos tocar, sentir, falar e escutar a voz de nosso amado Deus, nos curando em seu amor nos convidando a unir a nossas vidas a Ele.

O Evangelho, de hoje nos aponta o meio eficaz, que Jesus deixou a seus discípulos e a nós, pelo qual poderemos habitar no céu com Deus. Primeiro, ele nos fala de sua morte na cruz, onde por meio dela, Ele entregando a sua vida, e ressuscitando, manifesta toda a sua glória e amor, e abre-nos as portas da vida feliz com Deus.  Depois, ele deixa-nos um novo mandamento, ou seja, o caminho para encontrarmos esta vida plena e feliz, assim diz-nos Jesus: “Amai-vos uns aos outros como eu vos amei”. Na verdade podemos pensar que aqui não há nada de novo, porque este mandamento já existia no Antigo Testamento: “Amarás o próximo como a ti mesmo” (Lv 19,18). Então, podemos nos perguntar, o que há de novo? A novidade está em que agora temos um modelo: Jesus. A Novidade é o que Ele fez por nós, nos amando até o fim na cruz, dando-nos vida nova por sua ressurreição e derramando sobre nós a graça de seu Espírito. Por isso a nova lei, é a Lei do Amor “que foi derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado” (Rm 5,5). Por isso, nós saberemos se estamos amando ao passo que formos unindo a nossa vida a dele, abrindo nossos corações ao Espírito Santo que nos é dado na Eucaristia, assim aprenderemos a amar sem egoísmo, inveja, sem discriminação, sem interesses, saberemos perdoar aqueles que nos ofenderam. Enfim, colocaremos nossa vida a serviço, doando-a a nossos irmãos, e seremos conhecidos como discípulos do Senhor, e faremos aqui na terra uma civilização do amor, para no fim de nossas vidas sermos julgados pelo amor, e podermos habitar como Deus de amor, na pátria do amor. Louvado seja, o Deus que tanto nos amou!


sábado, 20 de abril de 2013

EU CONHEÇO AS MINHAS OVELHAS


Caríssimos irmãos e irmãs

Reunimos na fé neste 4º Domingo da Páscoa, que é denominado, o Domingo do Pastor, porque é na Páscoa, que nós experimentamos o Bom Pastor Jesus, dando a sua vida por nós suas ovelhas, vencendo a morte e ressurgindo ao terceiro dia. Toda Eucaristia é um encontro entre Jesus Pastor e nós as suas ovelhas.

A Segunda leitura nos fala desta realidade. Vejam, vemos uma grande multidão de povos, línguas e nações, ou seja, todo o povo de Deus, que revestido de branco, vem da grande tribulação. E se prostram diante do Trono do Cordeiro (Ap 7,9.14). Quem é esta multidão? Eram os mártires, e hoje somos nós, amados irmãos e irmãs, fomos revestidos da veste da pureza em nosso batismo e da vida nova de ressurreição, aqui estamos, sobrecarregados das tribulações, sofrimentos e angústias da vida; para diante do altar do Cordeiro, oferecer nossas preces e orações, mas também, prostramos nossa vida e nossos corações feridos e cansados. E o Bonito é que Jesus o Cordeiro imolado prepara uma tenda (Ap 7,15), na qual aquela multidão e hoje nós, possamos encontrar abrigo, refúgio e descanso. E Esta tenda é esta Igreja, aqui é o redil, onde todos nós suas ovelhas, somos apascentadas pelo Bom Pastor Jesus. Em seu amor de Pastor ele cura nossas aflições, feridas, medos, desesperos, e enxuga as nossas lágrimas de dor e tristeza, tirando-nos do deserto de uma vida atribulada, seca, vazia de felicidade e nos conduzindo as fontes de água viva, da vida nova e feliz. E nos alimentando com a sua própria vida, seu Corpo e Sangue doados por amor no sacrifício da cruz.

O Evangelho ainda continua nos mostrando a relação de amor entre Jesus, Bom pastor e nós as suas ovelhas. Reparem, se é verdade que Jesus anseia por nos dar uma vida feliz, a vida eterna. É mais verdade ainda que ele pede de nós uma única coisa: escutar a sua voz! Assim dizia Jesus no início do Evangelho: “as minhas ovelhas escutam a minha voz”. Se Jesus assim fala é porque existiam muitas pessoas de seu tempo, que não acreditavam nele, que não escutavam a sua voz, abandonaram a Ele, entregando as suas vidas a outros pastores, que na verdade são mercenários, salteadores de um vida feliz.

Hoje quantos de nós muitas vezes em nossa vida, não escutamos a voz de Jesus, nos fechamos em nosso interior, preferimos ouvir as vozes do pecado, do mundo, ou procurar falsos pastores que nos prometem uma felicidade passageira. E Deste modo, abandonamos o redil de Jesus, saímos como ovelhas desgarradas, no campo deserto deste mundo, à procura de outros redis, e, por conseguinte, acabamos caindo no “vale tenebroso” (Sl 23, 4) da infelicidade, da depressão, de um coração sombrio, deprimido, desesperado. Se em teu coração existe um vale de morte, um sentimento de morte, de vazio, de falta de esperança. Abre os teus ouvidos, abre o teu coração, para escutardes a voz do teu Senhor, do teu Deus, do teu Pastor, que diz: Tu és meu, eu estou contigo, nada e nem ninguém, nem sofrimento, angústia, dor, tribulação podem te separar, pode te arrancar de minhas mãos.

Sim, amados irmãos e irmãs, Jesus, “ele conhece as suas ovelhas” (Jo 10,27), Ele conhece o nosso nome, sabe das nossas necessidades, do que passamos, de nossas misérias, sabe o que está no mais profundo de nosso coração, porque Ele é o “Pastor de nossas almas” (1Pd 1,28). Quando estamos perdidos no abismo da morte, Ele vai ao nosso encontro e nos salva, nos traz em seus ombros, como levou em seus ombros a cruz, imagem de nossa vida marcada pelo pecado. Jesus nos retira do abismo da morte para nos conduzir às verdes pastagens, ou seja, a vida eterna, a vida feliz, a vida em abundância.

Por fim, para caminharmos ao aprisco da felicidade, só existe um caminho e uma porta: Jesus. Sigamos, unicamente a Jesus, o Bom Pastor, não entreguemos nossa vida a outros pastores. Diante de tantos pastores que se apresentam em nossa história, como sabermos quem é o verdadeiro pastor? O Pastor Verdadeiro que é Bom e Belo, que nos atrai em seu amor, é aquele que dá a sua vida pelas ovelhas, que não foge, deixando-as no vale da morte, mas que enfrenta os perigos, vence os lobos deste mundo que querem devorar as ovelhas, oferecendo a sua vida por elas. O Verdadeiro Pastor é Jesus. Foi Ele que deu a sua vida por nós na cruz, nos arrancou das garras do tentador, nos livrou do abismo do pecado, e em sua ressurreição nos deu a vida eterna. Portanto, coloquemos nossas vidas em seus passos, unamos nossos corações ao dele, pois Ele é o nosso Pastor e nós somos seu povo e seu rebanho. Se temos Jesus nada nos faltará, porque o Senhor está conosco, e isso nos basta para sermos felizes. Amém!

sábado, 13 de abril de 2013

"PEDRO, TU ME AMAS?" - Renovar o chamado


Queridos filhos e filhas da Igreja

A liturgia deste 3º Domingo pascal é um convite que Jesus nos faz a renovarmos o nosso amor por Ele. Ele nos ama e não desiste de nós, mesmo que o abandonemos ele vem ao nosso encontro para nos chamar sempre e de novo.

O evangelho que escutamos nos relata mais uma aparição do Senhor Ressuscitado, ele se manifesta aos seus discípulos no lago de Tiberíades. E reparem que coisa interessante, os discípulos estavam pescando, e “era de noite”, eles tinham voltado à vida antiga, antes de conhecer Jesus. E vejam, retornar a vida antiga sem Deus é só encontrar fracasso, desilusão, medo, frustração, é viver uma vida na escuridão, por isso que os discípulos nada pescaram. Mas até na escuridão de nossos sofrimentos, Deus está sempre presente, para iluminar nossas trevas com a luz de um novo dia, por isso que “ao amanhecer estava Jesus de pé na margem”. E agora Jesus mostra aos seus discípulos, e hoje a nós, que sem Ele nossa vida é um fracasso, ele chama-nos para voltarmos ao primeiro amor, por isso diz aos discípulos, palavras tão semelhantes quanto aquelas primeiras quando os chamou: “lançai as vossas redes” e o milagre aconteceu as redes se encheram de 153 grandes peixes. Mas vejam, só consegue ver o Senhor em meio a escuridão de nossa vida, quem o ama de verdade, por isso o discípulo amado logo proclamou a sua fé e o reconheceu: “É o Senhor”.

O interessante é que Simão ao ouvir que era o Senhor, logo atirou-se no mar, e vejam, certamente Simão Pedro teve o seu coração tocado e ao ouvir o convite, se lembrou das palavras de Jesus quando ele o chamou a primeira vez: “Pedro, lançai as redes avança para águas mais profundas”. A atitude de Pedro é de alguém que sente ter traído o Senhor e deseja fazer o caminho de volta, a nudez de Pedro é sinal de sua vergonha de não ter amado o Senhor Jesus que o amou desde sempre. Pedro é imagem de todos nós que traímos Jesus quando trocamos o seu amor por outros amores.

Todavia, amados irmãos e irmãs, Jesus vai provar a Pedro que mesmo sendo traído, Ele não desiste de Pedro. E vai convidá-lo a renovar o seu amor e seu seguimento. Reparem, quando os discípulos pisaram a terra, viram brasas com peixe em cima, e pão. E isto é muito revelador, será nesta refeição que o Senhor como um servo oferece o seu alimento, o seu amor aos seus, imagem de seu banquete de amor que é a Eucaristia, neste banquete Jesus convida a Pedro e a cada um de nós a renovarmos o nosso amor por ele.

A fogueira que esta acesa, nos lembra outra fogueira na qual diante dela Pedro traiu o Senhor, abrasado pelo fogo do medo, da fata de fé (Jo 18,18).  E será diante desta nova fogueira que o Senhor Jesus convidará  Pedro a abrasar seu coração com o fogo do amor, chamando-o de novo para segui-lo, renovando a sua vocação. Isso é tão verdade que Jesus quando chamou Pedro já tinha mudado o seu nome de Simão para Pedro, e agora é como se Jesus  estivesse a chama-lo de novo, estando Jesus a sós com Pedro que é imagem de cada um de nós, o Senhor o interroga: “Simão, filho de João, tu me amas mais do que estes?”.
Jesus pede a ele um amor total, pleno, puro. Entretanto, Simão o responde com um amor de amigo: “Senhor tu sabes que eu te amo”.  Pedro responde ao Senhor com um amor de amigo e não com um amor total. Mas Jesus além de pedir o seu amor, dá-lhe uma missão: “apascenta o meus cordeiros, as minhas ovelhas”. Na terceira vez que Jesus o interroga, ele diz: “Simão, filho de João tu me amas?” Em palavras nossas, Jesus perguntou a Pedro: “você minha ama como amigo?” “você é meu amigo?”. È como se Jesus estivesse pondo em dúvida o amor de Pedro. Com isso, certamente Pedro lembrou que ele traiu o Senhor, e por isso fica triste e diz: “Senhor tu que conheces todas as coisas, bem sabes que eu te amo”. Pedro abre o seu coração para o Senhor que tudo sabe, que tudo conhece, sabe dos deslizes, fraquezas, traições. E mesmo assim, por misericórdia e amor Jesus confirma a missão de Pedro: “apascenta as minhas ovelhas”. E agora chama o novo Pedro: “Segue-me”.

Pedro agora ama tanto o Senhor que não teme as perseguições, os sacrifícios, as injúrias por pregar o nome do Senhor, tudo isso é “motivo de alegria” como escutamos na primeira leitura. Hoje o Senhor nos chama a renovarmos o nosso amor por ele, por isso olhemos para dentro de nós, e vejamos se nós o amamos mais que tudo? Qual é o espaço que ele ocupa na minha vida? Será que eu estou abandonando-o em meio aos sofrimentos? Creiamos irmãos e irmãs que quem ama a Deus não teme as dores e sofrimentos, pois ele está ao nosso lado, ele nos ama e sempre e de novo nos escolhe em sua misericórdia. Por isso Senhor, tu que és “o cordeiro imolado, te rendemos o louvor, a gloria e o poder, agora e para sempre”. Amém.


sábado, 6 de abril de 2013

A FÉ NA MISERICÓRDIA DIVINA


Amados irmãos e irmãs, com este domingo nós concluímos a Oitava da Páscoa, onde durante toda esta semana nós celebramos as alegrias da Ressurreição do Senhor como um único dia, “o dia que o Senhor fez para nós”. Deste modo hoje nós celebramos o Domingo da Misericórdia, porque os textos sagrados nos levam a compreender que o Senhor Ressuscitado vem ao nosso encontro para ser definitivamente o Centro de nossas vidas, e assim sendo curar nossas feridas, angústias, medos, e nossa falta de fé.

Na segunda leitura, S. João narra-nos uma visão que ele teve diante das perseguições e sofrimentos de sua vida e da comunidade, diz-nos Ele: “vi sete candelabros de ouro. 13No meio dos candelabros havia alguém semelhante a um “filho de homem”, vestido com uma túnica comprida e com uma faixa de ouro em volta do peito. Que bela imagem, tão cheia de esplendor e de glória! Quem é este homem? É Jesus, o Ressuscitado, o Vivente, o Senhor da História, o princípio e o fim de nossa vida. Que hoje aparece em nosso meio, nesta santa assembleia e nos diz: “Não tenhas medo”. Eu desejo ser o centro e o Senhor de tua vida sofrida, eu desejo entrar em teu coração e transformar as tuas dores em eterna alegria.

Observemos amados de Deus. Será que Cristo tem sido o centro de nossas vidas, de nossas famílias? Será que ele tem sido o nosso tudo? Ou o abandonamos em meio aos nossos sofrimentos por falta de uma fé mais firme?

O Evangelho, mostra-nos mais uma aparição do Senhor Ressuscitado, no primeiro dia da semana, o domingo, os discípulos estavam aprisionados no cenáculo com medo, mas também aprisionados interiormente em seus medos, angústias, aflições, fracos e sem esperança. E eis que o Ressuscitado aparece no meio deles e diz: “a paz esteja convosco”. Esta atitude de Jesus é muito rica de significado, Jesus deseja a paz, não como uma simples saudação, mas no desejo de conceder a seus discípulos a alegria, a felicidade que dissipa toda angústia e todo medo. A verdadeira paz é o próprio Senhor Ressuscitado que agora deseja estar para sempre no meio e dentro do coração e da vida daqueles discípulos. Escutemos também a voz do Senhor a ressoar em vossos corações, desejando-nos a sua paz que arranca de nós os sofrimentos e tribulações. Jesus ainda mostra-lhes as marcas de sua paixão, para dizer-lhes que Ele é o Senhor crucificado e ressuscitado. E que ele nos amou até o fim, dando sua própria vida em sacrifício pela nossa salvação. Estas santas chagas são sinais do meu amor e de minha misericórdia sem limites por vós.

Neste encontro com o Ressuscitado, faltava um discípulo: Tomé, e quando os outros lhe contaram para aparição do Ressuscitado, ele duvidou e não acreditou, precisava ver e tocar o corpo chagado de Jesus. Quantos de nós somos um verdadeiro Tomé, duvidamos das vindas de Deus em nossa vida, duvidamos que ele está ao nosso lado em nossas dores e sofrimentos; quantos de nós também não vacilamos na fé, duvidando do poder de Deus.

Mas, Jesus é cheio de amor e misericórdia vem ao encontro de Tomé e hoje de cada um de nós, para arrancar de nós a incredulidade. Por isso, no oitavo dia, apareceu a Tomé e disse: “Põe o teu dedo aqui e olha as minhas mãos. Estende a tua mão e coloca-a no meu lado. E não sejas incrédulo, mas fiel”. É como se Jesus dissesse: olha aqui meu corpo glorioso, mas ferido, põe teu dedo aqui e olha as minhas mãos. Mãos que acalentaram, curaram, abençoaram, tocaram as feridas dos que sofriam, mas que protegem, mãos que se deixaram cravar no madeiro da cruz por amor a ti. Estende a tua mão e coloca-a profundamente em meu lado aberto, rasgado pela lança, donde jorraram sangue e água, fonte de vida nova, que sara as feridas de teu coração, porta estreita de tua salvação. Deste lado trespassado ó Tomé, ó povo santo de Deus, derramei meu amor e minha misericórdia por vós. Por isso, crê Tomé, sou eu, o teu Senhor, o crucificado e ressuscitado. Crê que estou contigo, eu sou tua alegria e a tua esperança.

Amados irmãos, estas palavras valem para nós, creiamos, nos abandonemos em Deus. Renovemos hoje a nossa fé e amor a Jesus, e como Tomé digamos: “Meu Senhor e meu Deus”. Todavia, se tu fraquejares, e abandonares o Senhor, duvidando de sua presença; se arrepende, busca a reconciliação com Ele, pois neste mesmo dia o Senhor deixou para a sua Igreja o admirável sacramento da reconciliação onde ele manifesta o seu eterno amor e a sua infinita misericórdia por todos nós: soprou sobre eles e disse: “Recebei o Espírito Santo. 23A quem perdoardes os pecados, eles lhes serão perdoados; a quem os não perdoardes, eles lhes serão retidos”. Assim receberás a vida nova e poderás  experimentar a misericórdia de Deus que cura tuas feridas, e poderás com muita fé dizer ao Senhor: “Senhor eu confio em vós, pois tua misericórdia é eterna. Amém