Queridos
irmãos e irmãs
Hoje
a Igreja celebra a festa da Apresentação do Senhor, lembrando que depois de
quarenta dias do nascimento de Jesus, os seus pais para cumprir a lei mosaica,
levaram o seu filho primogênito ao Templo para ser apresentado ao Senhor Deus.
A
Primeira leitura desta santa celebração retirada do livro do profeta Malaquias,
nos revela uma promessa de Deus na vida de seu povo: “Deus enviará o seu
mensageiro, ele entrará no templo e lá o encontrareis, ele virá para purificar
o coração da humanidade”.
Deveras,
esta profecia se cumpriu no Evangelho que nós acabamos de escutar, no qual S.
Lucas nos descreve exatamente o momento em que Jesus, o Filho e enviado de Deus
é apresentado no Templo. Vejam, os pais de Jesus para cumprir a Lei que dizia: “todo primogênito do sexo masculino deve ser
oferecido a Deus” (Ex 13,1-3). Levam-no ao Templo para ser apresentado,
oferecido, consagrado a Deus. No Coração dos pais de Jesus, certamente estava a
feliz certeza: Este filho não é nosso, mas é Todo de Deus. De fato, Jesus é o
Filho de Deus que deve viver inteiramente para Ele, em total obediência ao Pai:
“vim ao mundo para fazer a tua vontade ó
Pai”. Deste modo, compreendemos que a vontade do Pai é que Jesus não perca
nenhum daqueles que o Pai o confiou, ou seja, a humanidade, os homens e
mulheres feridos pelo pecado. Assim, Jesus se fez homem veio ao mundo para “com sua morte, salvar e libertar a
humanidade que vivia escrava do pecado” (Hb 2,14-15).
Em
Jesus é o próprio Deus que está no Templo! Lá todos poderiam encontrar-se com
Deus, tocá-lo, experimentá-lo bem próximo. Por isso, para lá se dirigem duas
pessoas de fé: Ana, uma humilde profetisa, viúva, serva de Deus e Simeão, são
imagem do povo que caminha nas estradas do mundo e espera ansiosamente a vinda
do Messias Salvador, mas são imagem humilde de cada um de nós, que nutrimos o
desejo de ver Deus. Pois bem, Simeão, homem justo porque vivia da Palavra de
Deus, piedoso porque vivia com o coração aberto para Deus e que esperava a
Consolação de Israel, guardava em seu coração o desejo de ver o Messias. Por conseguinte,
Ele movido pelo Espírito Santo, com o coração abrasado pelo fogo do amor vai ao
Templo. E no Templo, o lugar onde Deus habita e se revela, pôde contemplar o
menino Jesus, o próprio Deus. Toma-o em seus braços, exulta de alegria e vê a
promessa de Deus sendo cumprida em sua vida.
Ele
contemplando Jesus, vê o Deus Salvador, vê a própria salvação. Jesus é a luz da
humanidade, é a glória e o esplendor de todo o Israel, Ele veio para libertar a
humanidade da escuridão do pecado, para conduzi-la das trevas à luz, para
revelar a glória de Deus ao coração da humanidade. Por isso, também em sua
missão no meio da humanidade, Ele será um “sinal
de contradição”, ou seja, será incompreendido, rejeitado, perseguido,
enfrentará a cruz, e nela revelará a sua glória a todos os povos, dando a vida
eterna para todos os povos.
Este
mistério da apresentação do Senhor no Templo, toca a nossa vida por inteiro. A
exemplo de Simeão, nós em nossa fé, movidos pelo Espírito viemos a este Templo,
no desejo de ver Deus. E de fato, Ele está no meio de nós, na Palavra, e,
sobretudo, na Eucaristia, Quando o sacerdote em suas mãos, qual útero da virgem
Maria, traz Jesus, sua presença viva e real em nosso meio. Na Eucaristia
podemos tocar Deus com as nossas mãos como o fez Simeão, ver Deus com os nossos
olhos, escutar Deus com os nossos ouvidos; verdadeiramente contemplarmos a luz
que ilumina nosso coração, ver o Deus de nossa salvação que nos liberta de
nossas dores e sofrimentos, e nele exultar de alegria como fez Ana.
Deixemos,
pois, que o Senhor Jesus purifique o nosso íntimo, para que nele, Ele, o Rei da
glória, o Senhor onipotente não somente entre, mas permaneça para sempre, faça
nele sua morada, e em Jesus nos consagramos por inteiro a Deus, a ponto de com
muita fé, amor, confiança e em total abandono dizermos: Somos todos teus Senhor,
guarda-nos no Templo precioso do seu Coração. Amém.
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