Amados
irmãos e irmãs, com este domingo nós concluímos a Oitava da Páscoa, onde
durante toda esta semana nós celebramos as alegrias da Ressurreição do Senhor
como um único dia, “o dia que o Senhor
fez para nós”. Deste modo hoje nós celebramos o Domingo da Misericórdia,
porque os textos sagrados nos levam a compreender que o Senhor Ressuscitado vem
ao nosso encontro para ser definitivamente o Centro de nossas vidas, e assim
sendo curar nossas feridas, angústias, medos, e nossa falta de fé.
Na
segunda leitura, S. João narra-nos uma visão que ele teve diante das
perseguições e sofrimentos de sua vida e da comunidade, diz-nos Ele: “vi sete candelabros de ouro. 13No
meio dos candelabros havia alguém semelhante a um “filho de homem”, vestido com
uma túnica comprida e com uma faixa de ouro em volta do peito. Que bela
imagem, tão cheia de esplendor e de glória! Quem é este homem? É Jesus, o
Ressuscitado, o Vivente, o Senhor da História, o princípio e o fim de nossa
vida. Que hoje aparece em nosso meio, nesta santa assembleia e nos diz: “Não tenhas medo”. Eu desejo ser o
centro e o Senhor de tua vida sofrida, eu desejo entrar em teu coração e
transformar as tuas dores em eterna alegria.
Observemos
amados de Deus. Será que Cristo tem sido o centro de nossas vidas, de nossas
famílias? Será que ele tem sido o nosso tudo? Ou o abandonamos em meio aos
nossos sofrimentos por falta de uma fé mais firme?
O
Evangelho, mostra-nos mais uma aparição do Senhor Ressuscitado, no primeiro dia
da semana, o domingo, os discípulos estavam aprisionados no cenáculo com medo,
mas também aprisionados interiormente em seus medos, angústias, aflições,
fracos e sem esperança. E eis que o Ressuscitado aparece no meio deles e diz: “a paz esteja convosco”. Esta atitude de
Jesus é muito rica de significado, Jesus deseja a paz, não como uma simples
saudação, mas no desejo de conceder a seus discípulos a alegria, a felicidade
que dissipa toda angústia e todo medo. A verdadeira paz é o próprio Senhor
Ressuscitado que agora deseja estar para sempre no meio e dentro do coração e
da vida daqueles discípulos. Escutemos também a voz do Senhor a ressoar em
vossos corações, desejando-nos a sua paz que arranca de nós os sofrimentos e
tribulações. Jesus ainda mostra-lhes as marcas de sua paixão, para dizer-lhes
que Ele é o Senhor crucificado e ressuscitado. E que ele nos amou até o fim,
dando sua própria vida em sacrifício pela nossa salvação. Estas santas chagas são
sinais do meu amor e de minha misericórdia sem limites por vós.
Neste
encontro com o Ressuscitado, faltava um discípulo: Tomé, e quando os outros lhe
contaram para aparição do Ressuscitado, ele duvidou e não acreditou, precisava
ver e tocar o corpo chagado de Jesus. Quantos de nós somos um verdadeiro Tomé,
duvidamos das vindas de Deus em nossa vida, duvidamos que ele está ao nosso
lado em nossas dores e sofrimentos; quantos de nós também não vacilamos na fé,
duvidando do poder de Deus.
Mas,
Jesus é cheio de amor e misericórdia vem ao encontro de Tomé e hoje de cada um
de nós, para arrancar de nós a incredulidade. Por isso, no oitavo dia, apareceu
a Tomé e disse: “Põe o teu dedo aqui e
olha as minhas mãos. Estende a tua mão e coloca-a no meu lado. E não sejas
incrédulo, mas fiel”. É como se Jesus dissesse: olha aqui meu corpo
glorioso, mas ferido, põe teu dedo aqui e olha as minhas mãos. Mãos que
acalentaram, curaram, abençoaram, tocaram as feridas dos que sofriam, mas que
protegem, mãos que se deixaram cravar no madeiro da cruz por amor a ti. Estende
a tua mão e coloca-a profundamente em meu lado aberto, rasgado pela lança,
donde jorraram sangue e água, fonte de vida nova, que sara as feridas de teu
coração, porta estreita de tua salvação. Deste lado trespassado ó Tomé, ó povo
santo de Deus, derramei meu amor e minha misericórdia por vós. Por isso, crê
Tomé, sou eu, o teu Senhor, o crucificado e ressuscitado. Crê que estou contigo,
eu sou tua alegria e a tua esperança.
Amados
irmãos, estas palavras valem para nós, creiamos, nos abandonemos em Deus.
Renovemos hoje a nossa fé e amor a Jesus, e como Tomé digamos: “Meu Senhor e
meu Deus”. Todavia, se tu fraquejares, e abandonares o Senhor, duvidando de sua
presença; se arrepende, busca a reconciliação com Ele, pois neste mesmo dia o
Senhor deixou para a sua Igreja o admirável sacramento da reconciliação onde
ele manifesta o seu eterno amor e a sua infinita misericórdia por todos nós: soprou sobre eles e
disse: “Recebei o Espírito Santo. 23A quem perdoardes os
pecados, eles lhes serão perdoados; a quem os não perdoardes, eles lhes serão
retidos”. Assim
receberás a vida nova e poderás experimentar a misericórdia de Deus que cura
tuas feridas, e poderás com muita fé dizer ao Senhor: “Senhor eu confio em vós,
pois tua misericórdia é eterna. Amém
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