Queridos
filhos e filhas da Igreja
A
liturgia deste 3º Domingo pascal é um convite que Jesus nos faz a renovarmos o
nosso amor por Ele. Ele nos ama e não desiste de nós, mesmo que o abandonemos
ele vem ao nosso encontro para nos chamar sempre e de novo.
O
evangelho que escutamos nos relata mais uma aparição do Senhor Ressuscitado,
ele se manifesta aos seus discípulos no lago de Tiberíades. E reparem que coisa
interessante, os discípulos estavam pescando,
e “era de noite”, eles tinham voltado à vida antiga, antes de conhecer Jesus.
E vejam, retornar a vida antiga sem Deus é só encontrar fracasso, desilusão,
medo, frustração, é viver uma vida na escuridão, por isso que os discípulos
nada pescaram. Mas até na escuridão de nossos sofrimentos, Deus está sempre
presente, para iluminar nossas trevas com a luz de um novo dia, por isso que “ao amanhecer estava Jesus de pé na margem”.
E agora Jesus mostra aos seus discípulos, e hoje a nós, que sem Ele nossa vida
é um fracasso, ele chama-nos para voltarmos ao primeiro amor, por isso diz aos
discípulos, palavras tão semelhantes quanto aquelas primeiras quando os chamou:
“lançai as vossas redes” e o milagre
aconteceu as redes se encheram de 153 grandes peixes. Mas vejam, só consegue
ver o Senhor em meio a escuridão de nossa vida, quem o ama de verdade, por isso
o discípulo amado logo proclamou a sua fé e o reconheceu: “É o Senhor”.
O
interessante é que Simão ao ouvir que era o Senhor, logo atirou-se no mar, e
vejam, certamente Simão Pedro teve o seu coração tocado e ao ouvir o convite, se
lembrou das palavras de Jesus quando ele o chamou a primeira vez: “Pedro, lançai as redes avança para águas
mais profundas”. A atitude de Pedro é de alguém que sente ter traído o
Senhor e deseja fazer o caminho de volta, a nudez de Pedro é sinal de sua
vergonha de não ter amado o Senhor Jesus que o amou desde sempre. Pedro é
imagem de todos nós que traímos Jesus quando trocamos o seu amor por outros
amores.
Todavia,
amados irmãos e irmãs, Jesus vai provar a Pedro que mesmo sendo traído, Ele não
desiste de Pedro. E vai convidá-lo a renovar o seu amor e seu seguimento.
Reparem, quando os discípulos pisaram a terra, viram brasas com peixe em cima, e pão. E isto é muito revelador,
será nesta refeição que o Senhor como um servo oferece o seu alimento, o seu
amor aos seus, imagem de seu banquete de amor que é a Eucaristia, neste
banquete Jesus convida a Pedro e a cada um de nós a renovarmos o nosso amor por
ele.
A
fogueira que esta acesa, nos lembra outra fogueira na qual diante dela Pedro
traiu o Senhor, abrasado pelo fogo do medo, da fata de fé (Jo 18,18). E será diante desta nova fogueira que o Senhor
Jesus convidará Pedro a abrasar seu
coração com o fogo do amor, chamando-o de novo para segui-lo, renovando a sua
vocação. Isso é tão verdade que Jesus quando chamou Pedro já tinha mudado o seu
nome de Simão para Pedro, e agora é como se Jesus estivesse a chama-lo de novo, estando Jesus a
sós com Pedro que é imagem de cada um de nós, o Senhor o interroga: “Simão, filho de João, tu me amas mais do
que estes?”.
Jesus
pede a ele um amor total, pleno, puro. Entretanto, Simão o responde com um amor
de amigo: “Senhor tu sabes que eu te amo”. Pedro responde ao Senhor com um amor de amigo
e não com um amor total. Mas Jesus além de pedir o seu amor, dá-lhe uma missão:
“apascenta o meus cordeiros, as minhas
ovelhas”. Na terceira vez que Jesus o interroga, ele diz: “Simão, filho de
João tu me amas?” Em palavras nossas, Jesus perguntou a Pedro: “você minha ama
como amigo?” “você é meu amigo?”. È como se Jesus estivesse pondo em dúvida o
amor de Pedro. Com isso, certamente Pedro lembrou que ele traiu o Senhor, e por
isso fica triste e diz: “Senhor tu que conheces
todas as coisas, bem sabes que eu te amo”. Pedro abre o seu coração para o
Senhor que tudo sabe, que tudo conhece, sabe dos deslizes, fraquezas, traições.
E mesmo assim, por misericórdia e amor Jesus confirma a missão de Pedro: “apascenta
as minhas ovelhas”. E agora chama o novo Pedro: “Segue-me”.
Pedro
agora ama tanto o Senhor que não teme as perseguições, os sacrifícios, as
injúrias por pregar o nome do Senhor, tudo isso é “motivo de alegria” como escutamos na primeira leitura. Hoje o
Senhor nos chama a renovarmos o nosso amor por ele, por isso olhemos para
dentro de nós, e vejamos se nós o amamos mais que tudo? Qual é o espaço que ele
ocupa na minha vida? Será que eu estou abandonando-o em meio aos sofrimentos? Creiamos
irmãos e irmãs que quem ama a Deus não teme as dores e sofrimentos, pois ele
está ao nosso lado, ele nos ama e sempre e de novo nos escolhe em sua
misericórdia. Por isso Senhor, tu que és “o
cordeiro imolado, te rendemos o louvor, a gloria e o poder, agora e para sempre”.
Amém.
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