sábado, 3 de novembro de 2012

SERMOS SANTOS, EIS A NOSSA META!

Caros irmãos e irmãs, “alegremo-nos todos no Senhor, celebrando a festa de todos os Santos”, assim rezamos na antífona de entrada desta celebração. Em verdade nossos corações cheios de alegria aqui na terra, se voltam para o céu, para louvar a Deus que é a fonte de toda a Santidade, e que nos chama a participarmos de sua glória, assim como dela já participam uma multidão de irmãos e irmãs que já aqui na terra uniram as suas vidas a Deus.

A primeira leitura nos mostra uma multidão! Primeiro de 144.000. Quem é esta multidão? Vejam, o número de 144.000 é muito significativo, é a soma de 12x12x1000, indica o Antigo Israel (12 tribos) e o Novo Israel (12 apóstolos), raça escolhida povo santo de Deus. Existe ainda mais! "Depois disso, vi uma multidão imensa de gente de todas as nações, tribos, povos e línguas, e que ninguém podia contar. Estavam de pé diante do trono e do Cordeiro".  Esta multidão incalculável são todos os povos da terra chamados à santidade.  E nesta multidão incontável estão os santos, que agora estão no céu, de pé diante do trono e do cordeiro, trajam a veste branca da pureza e da santidade, estão revestidos da glória de Cristo, e trazem em suas mãos a palma da vitória, pois combateram o bom combate da fé. Entretanto, para alcançarem a glória da santidade eles tiveram que enfrentar a “grande tribulação”, ou seja, as dores e sofrimentos da vida, carregando as suas cruzes, unindo-se a Cristo, por isso lavaram as suas vestes no sangue redentor do cordeiro.

Olhando, para os santos que ornam como estrelas, o firmamento do céu de Deus, nós poderemos nos perguntar: como é que podemos ser santos? Primeiro, ser santo não é fazer obras extraordinárias, ou ter dons e carismas extraordinários, mas é viver a simplicidade de ser Deus, é viver a pobreza de si, sabendo que sua força é Deus. Depois, Santo não é alguém que nunca errou, mas é alguém que mesmo errando na estrada da vida, buscou se reconciliar com Deus e unir a sua vida a Ele. Ser santo é não desanimar diante da cruz e dos sofrimentos do tempo presente, mas agarrá-la como o único meio eficaz que te conduzirá à glória.

Por isso, irmãos e irmãs, a santidade não é para um grupo eleito, é para todos nós, ela revela a vocação para a qual Deus nos chamou, assim recorda-nos S. Paulo quando nos diz: “Escolheu-nos e abençoou-nos em Jesus Cristo antes da criação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis, para sermos seus filhos adotivos”( Ef 1,4-5). Ou seja, Deus nos chama para participarmos de sua vida divina, é isso que nos mostra a segunda leitura: "Vede que grande presente de amor o Pai nos deu: sermos chamados filhos de Deus! E nós o somos!" (1Jo 3,1). No dia de nosso batismo, ao recebermos a filiação divina, nos tornamos filhos no Filho Jesus, ali Deus nos separou (Kadosh), ou seja, nos tornou santos, fomos marcados com o selo de Deus que é o Espírito Santo (2Cor 1,22), e revestidos da veste branca da pureza e da graça que é Cristo. Deste modo entendemos que a santidade consiste em vivermos como filhos de Deus.  

Todavia, a santidade é um processo no qual vamos atingindo a cada dia até se tornar pleno na glória, por isso S. João nos dizia: desde já somos filhos de Deus, mas nem sequer se manifestou o que seremos! Sabemos que, quando Jesus se manifestar, seremos semelhantes a ele, porque o veremos tal como ele é”. Para tal fim, temos um caminho, e este caminho é uma pessoa: Cristo! É Ele o caminho da vida eterna, da vida santa e feliz com Deus. É isto que nos mostra o Evangelho, que narra as Bem-Aventuranças. Na verdade estas Bem-aventuranças são um retrato da imagem do próprio Jesus, é ele o pobre, o aflito, o faminto, o manso, o puro de coração, o faminto e sedento de justiça, o misericordioso, o perseguido, aquele que promove a paz. Portanto, Ser santo é encarnar na própria vida a Vida de Jesus, é estar sempre unido a Ele, é viver a vida de Deus e com Deus aqui na terra, para que assim se torne pleno o dom da santidade que recebemos, e assim a vivamos com Deus em sua glória.  Termino esta homilia dizendo que ser santo é renunciar a si mesmo para ser todo de Deus, peçamos, pois, a intercessão da Virgem Maria, a maior dentre os santos, que como ninguém soube viver unida a Deus, para que ela nos ajude a também sermos todo de Deus. Amém!

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