quinta-feira, 1 de novembro de 2012

"EU NÃO MORRO, MAS ENTRO NA VIDA"

Queridos irmãos e irmãs em Cristo, no inicio desta celebração foram pronunciados os nomes de nossos entes queridos, certamente em nosso coração veio a suave lembrança de seus rostos, palavras, gestos, de sua pessoa, dos tempos e momentos que vivemos juntos com eles, certamente as lágrimas até saltam em nossos olhares. Todavia a maior motivação que nos reúne aqui em oração não é primeiramente a saudade, mas a Esperança de que para eles a vida não foi tirada, mas transformada, porque cremos nas palavras de Jesus que disse: “Eu sou a Ressurreição e a vida, todo aquele que crê em mim, viverá eternamente”.

Muitas pessoas trazem dentro de si o medo da morte, pelo simples fato de pensar que a nossa vida caminha para o nada, que tudo termina aqui, e que não há mais nada a esperar, nem a se viver. Mas vejam, nós não fomos feitos eternamente para esta vida, diz-nos o texto sagrado: “O Senhor tirou o homem da terra e a ela faz voltar novamente. Deu aos homens número preciso de dias e tempo determinado” (Eclo 17,1s); pois bem, fomos feitos para a vida imortal, desde o início, fomos feitos para a comunhão de amor com Deus, entretanto, por meio do pecado a morte entrou no mundo, por conseguinte, Deus não nos abandonou ao poder da morte, mas enviou o seu Filho que assumiu a nossa condição, experimentou a nossa morte, para nos dar a vida em plenitude. Deste modo, se cumpriu a profecia que escutamos na primeira leitura: “O Senhor Deus eliminará para sempre a morte, e enxugará as lágrimas de todas as faces” (Is 25,8).

 Pelo batismo nós somos sepultados na morte com Cristo, e ressurgimos com Ele para uma vida nova, nos tornamos filhos de Deus e nos é dada a semente da vida eterna, a ponto de podermos dizer que o homem é na verdade um ser-para-a-vida. A segunda leitura nos mostra isso, quando S. Paulo nos diz: “somos filhos de Deus, e co-herdeiros de Cristo, e por isso chamados a participar da glória de Deus”. Portanto, a morte não é o nosso fim, mas é o nosso nascimento, podemos até dizer que a morte é a consumação de uma longa gestação, marcada pelos sofrimentos, dores, gemidos, lágrimas e angústias, na qual libertos deste corpo corruptível, vivemos com Deus uma união de amor, e nos é dado um corpo incorruptível, podemos até dizer como santo Agostinho: “Quando eu estiver unido a vós, nunca mais haverá dor, sofrimento, pois em vós minha vida é plena”. Ou ainda como Santa Teresinha do menino Jesus: “Eu Não morro, mas entro na Vida”.

Este dia de oração pelos que já partiram, deve também fazer com que olhemos para nossa vida, para saber que destino estamos trilhando, se estamos buscando a vida eterna, ou o inferno. Esta Vida com Deus, é como “um grande banquete de ricas iguarias” (Is 25,6), é o “Reino que Deus preparou como herança” (Mt 25,34) como nosso maior tesouro, onde nos é concedida a felicidade e a vida em plenitude, mas dele só participaremos se já aqui na terra nós aprendermos a amar a Deus, e a vivermos unidos a Ele, num amor ao próximo, como nos dizia o evangelho: “tive fome e me deste de comer, tive sede e me deste de beber, estava nu e me vestiste, estava doente e cuidaste de mim, estava preso e foste me visitar” (Mt 25, 35-36). Pois não pode estar unido ao Senhor no céu, experimentando a vida de ressuscitado, quem não esteve unido com Ele aqui na terra.
Portanto, neste sacrifício eucarístico rezemos pelos nossos fiéis defuntos que já partiram para a eternidade, e supliquemos que o Senhor Deus perdoe os seus pecados, purificando-os de suas faltas e fazendo-os experimentar a vida eterna, junto com os anjos e santos, e a Virgem Maria mãe de Deus, e que os santos no céu intercedam por nós que somos peregrinos neste mundo, para que entre as tribulações do mundo e as consolações de Deus mereçamos um dia gozar do prêmio da vida eterna. amém





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