sábado, 10 de março de 2012

A VIDA NOVA PELA LEI DO AMOR - REFLEXÃO DO 3º DOMINGO DA QUARESMA (Por Sem. Danilo Santos)

Quão bela são as leituras escriturísticas da liturgia dominical, nela vemos o amor que Deus tem para conosco. Vejam, O Deus dos cristãos é um Deus que faz história com o seu povo, é um Deus que se revela na história humana, assim, nós podemos perceber já na História do Povo santo de Israel, quando este estava cativo no Egito, preso, exilado, Deus porque o ama, liberta este povo dos grilhões da escravidão, e o convida a caminhar pelo deserto rumo à terra prometida, é na sua história que o Povo conhece o Deus Vivo e verdadeiro, assim nos diz o salmista ao descrever-nos o sentimento e admiração que brotou do coração do povo quando este foi liberto do cativeiro do Egito: “eu bem sei que o Senhor é tão grande, que é maior do que todos os deuses”.
Queridos irmãos e irmãs neste santo e favorável tempo da quaresma nós podemos fazer a mesma experiência do Povo de Israel. Vejam que nós estamos exilados (pecado) daí este tempo quaresmal, onde somos chamados a abrir nossos corações, a fazermos penitência, a chorarmos os nossos pecados, e mais, a nos convertermos para que libertos do pecado, com o coração purificado possamos sair da escravidão (êxodo) e celebrarmos a páscoa, a passagem da morte para a vida, dos vícios à virtude, para que assim, experimentemos a ação maravilhosa de Deus na nossa vida, na nossa história.

Assim como Deus libertou o seu povo da escravidão, Ele também quer nos libertar de nossos pecados, deste mal que nos afasta de Deus e nos aprisiona no cativeiro da morte. Deus não libertou o povo por acaso, não! Ele libertou o povo para fazer com Ele uma aliança de amor, para que o povo se tornasse propriedade peculiar dele, objeto de seu amor, uma sua parte pessoal. Esta aliança de Deus é o desejo amoroso que ele tem de comunicar ao seu povo uma Vida Nova. E esta Vida nova será comunicada por meio de Um PACTO, uma aliança de amor, que se dará por meio do decálogo, ou seja, da Lei, sinal da presença de Deus, do seu amor pelo povo. A lei, estas dez cláusulas não devem ser vistas como um fardo, ou uma exigência moral, mas como um verdadeiro sim do povo ao amor de Deus, a resposta de amor e de fé por tudo aquilo que Deus fez em favor do povo Santo: “Eu sou o Senhor teu Deus que te tirou do Egito, da casa da escravidão. Não terás outros deuses além de mim”. (Ex 20,2-3).

A lei é para que o povo compreenda que só e unicamente Deus deve ser o centro da vida dele, sinal da presença de Deus na vida dele. Repito, ela não é um fardo, um peso, uma obrigação, o salmista nos ajuda a compreender o que é a lei: é conforto para alma, alegria ao coração, é a luz que ilumina as nossas vidas, é o tesouro precioso que nos faz estar unidos a Deus, nela nós encontramos a vida plena, nela nós experimentamos o amor de Deus, e  o respondemos amando-o. certamente e nós sabemos o povo não foi fiel a Deus, abandonou os seus preceitos, rejeitou o amor de predileção dele. De modo que um novo tempo iria surgir, Deus iria novamente atuar na história.

Entendamos, esta Vida Nova e plena, a aliança de amor, a Vida verdadeira que Deus queria conceder ao seu povo santo e quer conceder a nós,. ela Vida Nova se dará em plenitude pelo sacrifício pascal de Cristo, sua morte e ressurreição selará a Nova e eterna aliança de Deus com seu povo. Um tempo novo há de surgir, a lei encontrará a sua plenitude. E o Senhor Jesus no evangelho de Hoje anuncia este tempo Novo. Reparemos, o Senhor está em Jerusalém para a páscoa, no Templo, e o que é o Templo? É o lugar da presença de Deus, o lugar onde a glória de Deus se revela. No gesto de Jesus em expulsar os vendilhões, os cambistas e os animais do Templo, Ele revela o seu zelo amoroso pela casa de oração, mas também Ele se revela como Novo Templo e Novo Culto, o seu Corpo, a sua pessoa, é o lugar onde podemos encontrar Deus, vê-lo revelado, e onde podemos adorá-lo em espírito e em verdade. Será na sua morte e ressurreição que o Novo Templo, o Novo Culto e a Nova Lei serão estabelecidos, ali se dará a Nova aliança de Deus com o seu Povo, a vida nova que ele quer nos comunicar pelo seu sangue derramado na ara da cruz.

Mas para experimentarmos a cada dia esta vida nova que Deus nos concede em sua aliança de amor conosco, a partir  deste sinal que vimos no evangelho, não basta só vermos, mas é preciso entendermos e vivermos, é aquilo que São Paulo nos exorta na segunda leitura, é fazendo o caminho da cruz e nela, que entenderemos e experimentaremos o Poder de Deus, a sua força, a Vida nova que ele quer nos dar. É na loucura da cruz, contemplando a fraqueza de Deus no Filho crucificado que compreenderemos a aliança eterna do amor de Deus para conosco, é lá que a lei encontra a sua Plenitude: o Amor. Que assim como o Senhor Jesus purificou o Templo às vésperas da páscoa dos judeus, que ele já estando próxima a páscoa dos cristãos, possa purificar o nosso templo interior. Assim seja!!!   

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