quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

O NATAL NA VIDA DOS IRMÃOS

Na última segunda-feira fiquei muito admirado e ao mesmo tempo edificado com a fé de uma senhora de 92 anos que fui visitar e que se encontra enferma. Conheço esta senhora desde pequeno, era minha vizinha, tem me acompanhado desde cedo e mais ainda neste itinerário vocacional em preparação para o ministério sacerdotal. Ao conversarmos eu e um padre amigo com aquela senhora, ela nos falava do sofrimento que estava enfrentando, que não era fácil e é de se imaginar, para uma pessoa de idade tão avançada, ao mesmo tempo que nos comunicava seu sofrimento, também um sorriso reluzia em seu terno rosto, era a alegria de podermos nos reencontrar, sua felicidade nos fez experimentar a vida nova que o nascimento de Jesus vem nos trazer, de fato, Jesus nasce continuamente no coração daquela simples senhora, e ela nos faz experimentar qual suave é adorar Deus no coração e na vida de uma pessoa que é sua imagem e semelhança. Depois de um longo tempo de conversa, ela nos contou os padres que foram visita-la, para desejar-lhe saúde, paz e conforto físico e espiritual, de repente ela nos desmontou por inteiro, quando nos disse: “frente os sofrimentos e dores que nossa Igreja tem passado, pelas quedas e fraquezas de muitos padres, e ao vermos a rejeição de muitas pessoas até cristãs católicas, onde não dão credibilidade aos padres, eu afirmo o contrário, eu necessito constantemente do padre”. E continuava: “o padre é que nos acompanha do início até o fim de nossa vida, desde o batismo até a morte, por isso necessito do padre”. Ao escutar isto lembrava-me de uma pequena frase de Goethe sobre o sacerdote na vida das pessoas, citado por Joseph Ratzinger no seu livro: Dogma e Anúncio, lá dizia Goethe: “o sacerdote é uma das únicas pessoas que participa diretamente da vida de tantas outras pessoas, por meio dos sacramentos”.
Com este testemunho de fé ardente, tremia e temia em meu interior, as lágrimas saltavam-me dos olhos. Que fé!, que testemunho!, que caridade! Que confiança! Daquela pobre senhora.  De fato, ser padre é colocar a vida em sacrifício, é dar-se por inteiro para conduzir muitos filhos e filhas para Deus. para mim ter escutado aquelas simples, mas profundas palavras, me serviu para bater no peito e pedir perdão pelas vezes que não fui um homem de Deus, e por isso que ajudaram a querer crescer, e depois, me serviram de fortaleza para abraçar com mais amor e ardor o ministério presbiteral. Deus nos fala a cada dia pelo coração e pela vida de pessoas tão pobres, simples, humildes, porque o próprio Deus é assim, pobre, humilde e simples, eis o mistério do Natal!  

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