quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

A ARTE DO PERDÃO

Ao olharmos para a realidade na qual estamos inseridos, vemos o quanto nossa sociedade está sendo marcada por um individualismo exacerbado, os resquícios do iluminismo e do racionalismo da idade moderna, que trouxeram o culto da centralidade do homem, onde o Homem é a medida de tudo e de todos, num individualismo extremo, estão presentes em nossos dias, falo isto, pelo simples fato de que as pessoas tem perdido o sentido pleno e verdadeiro de viver a comunhão, o respeito, o cuidado pelo próximo; o que ressoa no coração de muitos é que o outro se tornou um inferno para mim, que eu cresça e que ele desapareça, o egoísmo, a auto-afrimação de si como desvalorização do outro tem deixado maracs violentas, feridas incicatrizáveis na vida de muitos seres humanos. Frente a este Individualismo Humano doentio, vemos que esta nuvem sombria tem perpassado o coração de muitos filhos e filhas da Igreja, e neste aspecto uma das coisas que me chamam a atenção, é como hoje se há uma impossibilidade de perdoar, parace que o perdão tão querido e experimentado por Deus virou uma utopia, se é verdade que muitas vezes somos traídos, machucados, desvalorizados, e acabamos por nos sentir um lixo, e por isso se torna tão difícil o ato de perdoar alguém que não nos amou, é mais verdade ainda que o perdão ele não vêm pronto, preparado da noite para o dia, nunca esqueci de uma expressão que li num livro que falava sobre a falta de perdão, dizia assim: "perdoar é uma arte que sempre e de novo temos que aprender”; temos que aprender de verdade o ato de perdoar a todos, aos que nos amam e que nos machucam em determinado tempo da vida, e sobretudo, aqueles que nos odeiam. Repito, é uma atitude difícil, dói, machuca, fere, nos irrita, mas deveremos entender que para aprendermos a arte de perdoar, Deus que é bom para conosco, nos mostra um modelo perfeito para aprendermos a perdoar, e este modelo é o próprio Deus.
Certamente, em nossa pobre inteligência podemos nos questionar: Deus pode tudo, ele tem poder, ele é amor sem fim, eu sou um misero ser humano como poderei perdoar alguém como Deus faz? Vejamos, quando Deus se coloca como modelo não é para dificultar as coisas ou para dizer que é uma utopia viver e praticar o perdão, não! O próprio Deus ao ser entregue à morte num sofirmento desmedido, inocente, sem culpa nenhuma foi condenado a tão grande algoz, mas o admirável é que Jesus soube perdoar a tudo e a todos do início ao fim de sua dramática paixão sanguinolenta, Deus foi capaz de se rebaixar, de se humilhar para conceder o perdão, e vejam que coisa admirável, Ele também morreu para salvar os seus algozes: “Pai perdoa-lhes eles não sabem o que fazem”. Daí podemos ver, se Deus que não tinha culpa alguma foi capaz de perdoar os que o odiavam, imaginemos nós, que no itinerário de nossa vida se somos machucados, machucamos também, que somos feridos, ferimos também, somos meramente limitados e sempre sujeitos à queda, nós devermos sempre de novo aprender a perdoar, e perdoar é morrer para si, para o orgulho, para a vaidade, para o individualismo, para nosso rancor, raiva, e dar ao outro e a si mesmo a oportunidade de recomeçar uma vida nova marcada pelo amor feliz, e corações e de vidas que já não são mais inferno um para o outro, mas são um paraíso, onde a felicidade pertence a  ambos. Nunca esqueci de uma expressão do precioso livro Imitaçãod e Cristo: “lembra-te que deves suportar com amor e docilidade aqueles que te incomodam, porque outros também têm que suportar muitos de teus deslizes e fraquezas”. Aqui não se deve entender o “suportar”, como tapar os olhos fingindo que nãos e está vendo nada, suportar aqui tem o sentido de se ajudar mutuamente, de perceber que sou tão fraco quanto o próximo que me cerca, e assim, se vai eidificando o edifício da vida numa harmonia de vidas que se unem para viver o amor de Deus.
Muitas pessoas em nosso mundo, não querem aprender a arte de perdoar, e, por isso acham utópico o desejo pedido por nosso Amado Deus, pelo simples fato de que não aprenderem a perdoarem a si mesmas, ainda não aprenderam a aceitar suas fraquezas e buscar uma ajuda, um novo começo, de deixar para trás a vida velha e começar uma vida nova em Cristo, como eu posso perdoar a alguém se eu não me perdôo, se erramos na vida, tenhamos a coragem de não nos acomodarmos, mas de auxiliados pela graça de Deus dar um passo a frente na vida, de caminhar seguindo as pegadas do próprio Deus; essa é a chave que abre nosso coração para o perdão e consequentemente para uma vida feliz com Deus.

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