quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

A Divina liturgia - 1

Caros amigos, começamos ontem em nossa paróquia, alguns encontros para meditarmos a sagrada doutrina da fé cristã, uma vez que estamos no ano da fé que terá início em Outrubro próximo, por isso, para uma melhor vivência da fé cristã, estaremos fazendo algumas exposições teológicas, por consegujnte, decidi tambem postar a vós este nosso estudo, inicado com o Tema da Divina Liturgia.



LITURGIA[1]



Liturgia feita pela palavra e opinião do homem, baseia-se em areia, e ainda que o homem a guarneça com grandes obras artísticas, ela sempre permanecerá fútil (cardeal Joseph Ratzinger – Intr. Espírito da liturgia)





Uma pergunta inicial deverá ser feita: Por que refletirmos sobre a liturgia? Qual a sua importância para nós? A resposta é simples, porque a Liturgia é a vida da Igreja, diz-nos o Catecismo: “A Liturgia é o ápice para o qual tende a ação da Igreja, e ao mesmo tempo é a fonte donde emana a sua força”[2]. Nela nós celebramos os mistérios de nossa salvação e redenção, tendo o seu ápice no Mistério da Páscoa de Cristo, “que morrendo destruiu a morte e ressurgindo deu-nos a vida”[3], o Senhor nos deu a vida em plenitude. De modo que quando a Igreja celebra a Eucaristia que é memorial do Sacrifício de Cristo, ela recebe esta  vida plena que brota do Pai, pelo Filho, no Espírito Santo; nos são dadas as bênçãos espirituais vindas de Deus, é a vida que renova o mundo, que redime o pecado e transfigura a nossa vida, que faz-nos experimentar a eternidade. Com isto nós já compreendemos que a Liturgia não é algo humano, mas, é Obra da Santíssima Trindade. Por isso que a Liturgia é importante para a vida da Igreja. Sem ela não haveria Igreja, existiria uma ONG, uma associação que iria se reunir tendo como função: recordar a Pessoa de Jesus de Nazaré. Na liturgia, a Palavra de Deus é atual, Cristo está vivo em nosso meio, podemos participar de sua páscoa e comungar as delícias do céu. 

Muitos acham bobagem, se preocupar com a Liturgia, com cerimônia, com rito, com ornamentações, seria uma fuga da realidade, seria um preocupar-se com coisas externas. Pensar assim é por em jogo a essência do Cristianismo, a alma da religião cristã, da fé cristã. Aqui não se trata de gostar ou não gostar da Liturgia. Trata-se de penetrar no Mistério de nossa Salvação, pois Conhecer a Liturgia é conhecer a Cristo e tudo aquilo que ele fez e ensinou.

Por isso, para bem entendermos o que é a Liturgia, vamos defini-la: primeiro no seu caráter histórico e etimológico ela “é o serviço da parte do povo em favor do povo”. Na Tradição cristã ela quer significar que “o Povo de Deus toma parte na Obra de Deus”. Vamos entender melhor isto:

A Liturgia é o exercício do serviço sacerdotal de Jesus Cristo, no qual mediante sinais sensíveis, é significada e, de modo particular a cada sinal, realizada a santificação do homem, e é exercido o culto público integral pelo Corpo Místico de Cristo, cabeça e membros[4]

Destrinchemos esta definição: primeiro, a Liturgia não é ação humana, não é produto nosso, mas é ação de Cristo, e se é ação de Cristo, ela se dá no Espírito, e é para a glória de Deus Pai, porque Cristo vive para fazer a vontade do Pai, para glorifica-lo, e como a glória de Deus é o homem vivo, assim sendo, a liturgia é para a santificação da humanidade, e ela se dá por meio de sinais sensíveis: Pão, vinho, água, fogo. Portanto, a Liturgia é ação de Cristo, Cabeça e de todo o Corpo. Pelo Batismo o Senhor derramou sobre nós o seu Espírito, “fez de nós um reino de sacerdotes”; e, por conseguinte, fomos inseridos no seu Corpo, somos um com Cristo, Ele é a cabeça, nós somos os membros, Cristo e a Igreja formam o “Cristo Total” que unidos se oferecem em sacrifício ao Pai na força do Espírito Eterno.

Por isso deveremos compreender que a Liturgia é a Vida da Igreja, é a alma da Religião Cristã é uma ação sagrada por excelência, nada a pode igualar.



[1] Para este curso fiz uso das seguintes bibliografias: Joseph Ratzinger. Introdução ao Espírito da Liturgia. Catecismo da Igreja católica. Salvatore Marsili. Sinais do Mistério de Cristo. Documentos do Concílio vaticano II. J.A Jungmann. Missarum Sollemnia.
[2] CIC 1074.
[3] Missal romano. prefácio pascal.
[4] SC 7



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