terça-feira, 31 de janeiro de 2012

JESUS, O ORANTE E MESTRE DA ORAÇÃO

Há uma união íntima entre Jesus e o seu Deus e Pai, em todos os aspectos de sua vida, enquanto Filho muito amado, quero apontar um destes aspectos que vejo como importantíssimo: O tempo de oração. Jesus certamente como um bom judeu, dedicou um bom tempo de sua vida em Nazaré, em momentos de oração ao seu Deus e Pai, também é possível vermos Jesus em oração, durante os quarenta dias que passou no deserto, durante sua atividade apostólica, como o Enviado do Pai para restaurar o mundo, vemos inúmeros momentos de oração seja durante o dia, seja durante a noite.
Nos evangelhos, Jesus aparece por diversos ocasiões, em oração, momento este de profunda intimidade com o Pai, momento no qual se revela de forma esplêndida o seu ser Filho. Quero destacar aqui, momentos importantíssimos nos quais Jesus está em profunda oração. Vejamos, Jesus se coloca em oração quando vai escolher os seus doze discípulos (Lc 6,12), reparemos que Jesus sobe à montanha, e como bem sabemos, ela  é o lugar do encontro com Deus, lá passou a noite toda em oração ao seu Deus, depois, escolheu os que ele quis. Depois, vemos Jesus em oração muito particular (Lc 9,18), na confissão de Pedro, quando este proclama que Jesus é o Cristo de Deus. os momentos solenes de oração de Jesus continuam ainda no momento em que ele manifesta a glória de sua divindade no Tabor, no evento da Transfiguração, o evangelista Lucas nos descreve que: “tomando consigo a Pedro, João e Tiago, ele subiu ao monte para orar” (Lc 9,28).
Na última ceia, qual nova páscoa, na qual ele anuncia ao mundo, pelo dom de sua entrega sacrifical como cordeiro imolado sem mancha alguma de pecado, vemos Jesus em oração, no Getsêmani, vemos o gesto de entrega e abandono de Jesus, enquanto Filho nas mãos de seu Deus e Pai, assim nos diz o texto sagrado: “Ele saiu e, como de costume, dirigiu-se ao monte das Oliveiras. Os discípulos o acompanhavam. Chegando ao lugar, disse-lhes: “orai para não cairdes em tentação”. E afastou-se deles mais ou menos a um tiro de pedra, e, dobrando os joelhos, orava” (Lc 22,39-41). Nesta cena vemos Jesus prostrado por terra em oração humilde e suplicante, entregando-se inteiramente ao seu Deus.  No calvário, vemos também, Jesus em oração, momento cruento, marcado pela dor, pelo sofrimento, pela angústia de ser vítima pelos pecados da humanidade. Estendido na ara da cruz, vemos Jesus não de uma forma doce, mas em total sofrimento, se entregando de forma orante ao seu Deus, vemos o seu esvaziamento, uma verdadeira quenose, na qual ele entrega tudo, tudo, até mesmo aquilo que o une intimamente ao Pai, a ponto de vermos sair de seus lábios um trecho do Salmo que diz: “Pai em tuas mãos entrego o meu Espírito” (Sl 31,6). Ainda no calvário, estando Jesus pregado na cruz, vemos o seu brado orante, mas que também é sinal do abandono que ele sente em virtude de sua proximidade com o pecado da humanidade, consequência de sua livre e amorosa aceitação. Jesus pronuncia outro trecho de um salmo rezado pelos judeus, “Meu Deus, Meu Deus por que me abandonaste?” (Sl 22,2).
Existem ainda diversas ocasiões que contemplamos Jesus em oração, basta recordarmos os momentos antes de alguns milagres ele erguia os olhos aos céus rogando ao Pai, invocando ao seu Deus. Também, depois das jornadas do dia, no cair da tarde, depois de despedida as multidões, vemos Jesus adentrando em oração, como que para render graças a Deus pelas inúmeras graças realizadas na vida de muitos daqueles filhos e filhas sofredores que se aproximavam dele para receber a vida nova, certamente era como se Jesus estivesse a oferecer ao seu Deus e Pai, todas aquelas vidas que passaram no caminho de sua vida, toma ó meu Pai, são teus!.
Jesus é o modelo de homem de oração, ninguém mais do que Ele soube rezar, soube viver momentos de profunda experiência com Deus. Eis o grande Mestre da oração, nos unamos a Ele em louvor e oração humilde, e aprendamos como deveremos rezar, nossa oração só é válida, na medida que estiver unida à oração de Jesus e procurar que ela seja eco, um prolongamento da sua, a ponto de nossa oração ser sempre ao Pai, por meio do Filho na força do Espírito, é no Espírito do Filho que foi derramado em nossos corações que deveremos rezar.

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