segunda-feira, 22 de agosto de 2011

A AMIZADE VERDADEIRA SE FUNDAMENTA EM CRISTO


TEXTO VI


A realidade a ser apresentada sobre a amizade, é que mais do que amigos nós deveremos ser irmãos, nascidos e alicerçados na fé, irmãos porque é o amor de Deus que nos une, e mais, porque fazemos a vontade daquele que nos ama profundamente (Lc 8,21). A amizade verdadeira é aquela que nasce e esta unida em Cristo, à caridade em excessos brotou do lado de Cristo na cruz, pois foi um amor louco, que a lógica do mundo não consegue compreender, amor louco que decide carregar nos ombros algo que era para ser nosso, e que morre na cruz em nosso lugar, só um amor louco como esse é capaz de mudar a lógica puramente humana, pois o oposto do amor não é o ódio, mas a indiferença, e o mundo hoje arraigado na solidão vive esta indiferença de não olhar para aquele que reina da cruz, e que é o “centro do cosmos e da vida humana” (RH, I, 1).
            Nós cristãos temos que viver como irmãos, vivendo a unidade, a fraternidade, a caridade e o amor, devemos ser amigos de Jesus, ter uma intimidade profunda com Ele, de modo que “sem ele nada podemos fazer” (Jo 15,5). Os cristãos das comunidades primitivas souberam viver este ideal, pois ao amarem a Cristo eles amavam-se mutuamente, viviam perfeitamente unidos; este é deveras o caminho que leva a vida. Repito, temos que ser amigos íntimos de Jesus. E esta amizade se torna mais firme e mais profunda na Santa e Sagrada Eucaristia. Isto é tão verdadeiro que era na Fração do Pão que a comunidade cristã primitiva, estreitava mais os laços de amizade, viviam como verdadeiros irmãos, tinham tudo em comum.
            O maior presente que nós cristãos podemos ganhar todos os dias é a presença de Jesus no meio de nós Cristo desce para nos elevar as sumas alturas; “O sacramento da caridade, a Eucaristia é a doação que Jesus faz de si mesmo, revelando-nos o amor infinito de Deus por cada homem. Nesse admirável e santíssimo sacramento, manifesta-se o amor ‘maior’: o amor que leva a ‘dar a vida pelos amigos’” ( Enc. Sacramento da Caridade 1). Entende estas ultimas frases? elas são as mesmas que fundamentam a nossa reflexão. Na Eucaristia o Verbo Encarnado vem morar em nós, ele bate em nossos corações, a fim de celebrar conosco e em nós um banquete de amor. Jesus disse: “desejei comer convosco esta páscoa”. Jesus quer ficar em nossa casa, assim como ele disse a Zaqueu, ele quer curar as nossas feridas, as nossas dores. Sto. Agostinho diz: “via as pessoas que saiam curadas após participarem do Sacro Banquete, pois ao receber a Eucaristia, elas recebiam a pessoa que os curava”. Entendamos que no mundo de egoísmo, de morte e de violência em que vivemos tão facilmente nos entregamos a estes males, e com isso o nosso coração vai se enchendo de coisas más, e Cristo na Eucaristia quer trazer a salvação para a nossa casa (Lc 19, 9-10). Santa Margarida de Sena dizia; “Eu vou a missa ver Cristo morrer por mim”. Quando nós celebremos A Eucaristia, nós celebramos e somos lançados no Mistério do Calvário, no qual Cristo deu a vida por nós na Cruz, se entregando inteiramente e não com regateios. Grün diz: “Na cruz, Ele se entregou por nós, sem jamais contar com alguma retribuição nossa. Ele nos amou, sem que nós houvéssemos feito nada para merecê-lo. Ele sabia neste seu amor que nós muitas vezes iríamos passar ao largo e fazer pouco caso dele”. Mas na cruz ele revela o amor profundo por nós sem nenhuma restrição, os braços abertos falam muito, é Cristo que nos acolhe, nos abraça, que nos acolhe em nossas cruzes, e que espera por nós para que corramos ao seu encontro e o abracemos. Só Jesus nos ama assim tão profundamente. “A missa é o calvário” dizia Pe. Pio. É na Eucaristia que nós compreendemos quem somos, pois o mistério do homem se revela no mistério do Verbo Encarnado, ao olhar para o corpo santo de Cristo elevado pelas mãos do sacerdote, transparece a nossa vida, pois ela está escondida em Cristo (Fl 3,3).

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