sábado, 13 de agosto de 2011

A AMIZADE VERDADEIRA TEM SEU FUNDAMENTO EM CRISTO.

 Meus amigos(as), no mundo em que vivemos, temos visto em todas as partes uma crise de vivência do amor verdadeiro, sobretudo, do amor filia (amizade), hoje já não se constróem amizades sólidas, veradeiras, pelo contrário a fragilidade dos seres humanos numa crise de identidade causa também uma fragilidade nos relacionamentos humanos, o amor se torna líquido. Vos convido a percorrermos um caminho para encontrarmos o sentido profundo e verdadeiro da amizade, por isso com este texto abro uma série de reflexões sobre a amizade. Espero que gostem!

Texto I
“Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a vida pelo amigo” (Jo.15,13).

 Em nossa realidade ontológica, ou seja, em nossa constituição de ser, fomos criados por Deus para um estado de abertura, que se desenvolve, em nosso ato de existir, pois a própria palavra existir vem de existência e significa ex-siste = lançar-se para fora, lançar-se ao outro; neste estado de sair de si para o outro, nós temos uma verticalidade que se volta para Deus e uma horizontalidade voltada para os outros. Deste modo, metafisicamente falando, o ser é uno, indiviso, é um pensamento irrepetível de Deus, é insubstituível, pois ele é o que é, único; mas também em sua constituição ontologia, ou seja, de ser humano, ele é ser para os outros, por isso que Deus nos criou diferentes, foi para que nos completássemos uns com os outros; deste modo este ser para os outros é o que chamamos de alteridade; na alteridade nos é revelado diz Bruno Forte: “o dinamismo da vida pessoal que consiste, então, em um permanente sair de si em direção ao outro, para compreendê-lo e assumir suas dificuldades, para dar e dar-se ao outro, na perseverança de uma relação fiel”. Então, isso quer dizer que a pessoa humana só se realiza com os outros, de modo que ela precisa se relacionar consigo mesmo, daí dizia Sócrates: “conhece-te a ti mesmo”; e com Deus, autor e consumador de sua vida. Na constituição ontológica do ser pessoa está a sociabilidade, “a pessoa é um ser social” já dizia Aristóteles, “a pessoa não é uma ilha para viver isolada”, já dizia Nieztsche. E somente a pessoa humana é capaz de amar e ser amada, o filósofo Mounier diz: “só existo na medida em que existo para o outro, ser é amar”.     
Diante de tudo isto , nós percebemos que é próprio da pessoa humana viver uma relação de amor para com os outros. Neste estado de relacionamento existe a amizade; Sto. Agostinho diz que, com ela a vida se torna mais agradável. Epicuro vai dizer: “de todos as coisas que a sabedoria busca, em vista da vida feliz, o maior bem é a conquista da amizade. A amizade anda pela terra anunciando a todos que devemos acordar para dar alegria uns aos outros”. A amizade é um dom de Deus, e ela precisa estar firmada no próprio Deus que é o nosso singular e fiel amigo.  
As palavras iniciais do Evangelista João que intitulam o nosso texto deveras fundamentam e explicam de forma perfeita o verdadeiro valor e sentido da amizade, pois ela deve nos levar a uma doação sem reservas e regateios ao outro, em poucas palavras nós já conseguimos entender que Cristo se doou por inteiro para os seus, amando-os até o fim; este deve ser também o nosso compromisso uma vez que somos cristãos, fazemos parte do Corpo místico de Cristo: “amar os irmãos como o próprio Cristo, fiel amigo nos amou”.
           

Nenhum comentário:

Postar um comentário