terça-feira, 16 de agosto de 2011

O Deus que é Tão Grande, mas que se faz tão simples, a ponto de o contemplarmos no outro

Amados em Cristo Jesus Nosso Senhor e Salvador, embora, estejamos refletindo sobre a amizade verdadeira fundada em Cristo, quero partilhar convosco alguns fatos que me fizeram refletir sobre o sentido da existência humana, com sua limitação, finitude, mas também com sua beleza e esplendor que decorrem de Deus que a sustenta e mantém.


Ontem numa visita a minha família fui surpreendido com a pesarosa notícia da triste partida de um pequenino garoto de muita inteligência, carinho, bondade e servidão, "um anjinho" na linguagem de nosso povo simples, uma terna criança que na sua tenra idade, com tantos e pequeninos sonhos,  suas imaginações pueris cheias criatividades, teve sua vida ceifada vitíma de um acidente automobilístico, enquanto brincava com seus coleguinhas. Em minha memória vieram os poucos, mas inesquecivéis encontros com aquela criança, encontros que me enchiam de admiração por ela, deveras estar acolhendo-a era como acolher o próprio Cristo, Tão Grande, mas que se fez tão pequeno, tão simples, como um sorriso de uma criança. Ao pensar na morte daquele garotinho, logo me perguntei: por que ele partiu tão cedo? por que Senhor? são os silêncios de Deus, mas não que ele desapareça, pelo contrário, ele se faz tão perto que com minha limitação existencial, não consigo compreendê-lo e percebê-lo, afinal, nos diz o salmista: "Ele é Deus e não um homem". Não posso saber porque aquele pequenino partiu, só sei que Deus como um Pai o acolheu em seu seio de amor, em seu regaço, onde não há mais dor, nem sofrimento, onde "ninguém mais vai sofrer e nem ficar triste", assim reza a oração eucarística da missa com crianças. A lembrança do semblante sorridente daquele pequenino fica eternizado em muitos corações que puderam se abrir para amá-lo; a saudade que hoje sentimos é a força, a qual, faz com que Ele se eternize em nossos corações, já dizia o poeta: "a saudade não é o que passou, mas o que ficou em nós daquilo que passou". Cristo, Senhor da vida, venceu a morte, e nele e por Ele quem morre, na verdade não morre, mas vive a vida feliz, a vida imperecível. Para os que morrem a vida não é tirada, mas transformada. Eis a resposta para o mistério da morte! quem crê em Cristo não morrerá jamais, por isso  não podemos ter medo da morte, nem nos questionar sobre o "por quê", devemos ter medo de viver mal, de viver como se tudo se encerrasse no aqui e agora de nossa existência."a vida pra quem acredita, não é passageira ilusão, a morte se torna bendita, porque é nossa libertação; nós cremos na vida eterna e na feliz Ressurreição, quando de volta a casa paterna com o Pai os filhos se encontrarão"
Outro fato que me marcou foi ter estado hoje numa enfermaria hospitalar acompanhando um senhor de idade, em meio aos doentes que via, cada qual com seus sofrimentos, suas dores, suas impaciências, seus silêncios, e, também  com a confiança em Deus. ao volver o olhar para os irmãos doentes logo lembrei da experiência que meu amado S. Pio de Pietrelcina, que sempre que visitava os doentes afirmava visitar o próprio Cristo, de fato pude experimentar isto hoje, pude ver em cada rosto o Cristo que sofre nos pequeninos, "Estive doente e fostes me visitar", Deus que se faz tão próximo, mas fingimos que não o vemos, a mais bela definição de Deus é o Amor, e nos pequeninos vemos o Reino de amor, que não é uma idéia, um pensamento, mas uma pessoa, Cristo, Revelação do amor, o amor que muitas vezes não é amado, mas desprezado, no indigente, o pobre, no fraco, no infeliz, vemos Deus, mas somente o veremos se olharmos com os olhos do coração, da alma, da fé; bem dizia a canção: " proeza maior ão foi pisar na lua, nem grandes feitos, nem poder algum, maior é quem descobre o amor em cada um"; descobrir Deus, não naquilo que é grande, mas no que é pequeno, simples, fraco, eis o Reino de Deus: fraco e forte.  Confesso que em toda a minha vida, hoje foi o dia em que passei mais horas em um hospital,  mas me serviu para meditar sobre a minha própria vida, e sobre o próprio Deus que me ultrapassa, que me escapa quando penso estar compreendendo quem Ele é,  Ele acaba me surpreendendo sempre; ó meu Deus os meus pensamentos, não são como os vossos pensamentos! tão rápido esqueço que não posso te procurar longe, quando na verdade tu estás tão perto, tão próximo e íntimo de mim, mais do que eu mesmo. só vos peço Senhor, com humilde desejo ó meu divino amigo, dá-me a graça de um dia ver-te face a face.  

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