quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Celebrar um Apóstolo é celebrar a Igreja

Hoje a Santa Liturgia celebra a festa de um dos doze apóstolos de Jesus Cristo que tem como Nome, Bartolomeu-Natanael, ele era de Caná da Galiléia, o seu nome é na verdade a identificação de sua filiação, ou seja, Bartolomeu = Bar-Talmay = "Filho de Talmay", na língua judaica, O seu encontro com o Mestre foi de início marcado por um ceticismo, mas depois se transformou em uma bela e profunda profissão de fé em Jesus. Ele foi um dos primeiros discípulos de Jesus, diz uma tradição que após a ascensão de Jesus, ele pregou na ìndia, onde ali também ´derramou o seu sangue pelo Evangelho de Cristo. 

Sempre que celebramos a memória da vida e martírio de um dos doze, é momento de recordarmos aquilo que a Igreja é, aquilo que a define, ou seja, uma das notas, uma das caracteristicas da Igreja, dizemos na profissão de Fé que a Igreja é una, Santa, Católica e Apostólica, e isso nós podemos entender a partir das sagradas Escrituras quando falam: "Mostrou-me a cidade Santa, a Jerusalém Celeste... as muralhas da cidade tinha doze alicerces, e sobre eles estavam escritos os nomes dos doze apóstolos do Cordeiro" (Ap  21,10.14).
a verdadeira Igreja de Cristo é aquela que tem como sustentáculo a fé dos apóstolos, daqueles homens simples que fizeram um encontro decisivo com Jesus, estiveram com Ele, deixaram tudo e o seguiram até o fim, até a morte por amor a Ele.  Bendito seja a Santa Mãe Igreja Católica! Bendita és tu ó Esposa de Cristo, és a Jerusalém Celeste, a Cidade Santa de Deus, cheia de glória e esplendor da santidade, pedra preciosíssima, banhada pelo sangue do Cordeiro Imolado!
ao olharmos para a pessoa do apóstolo Bartolomeu vemos o nosso itinerário de fé no seguimento de Jesus, o encontro decisivo que deve mudar o rumo de nossa vida, de nossa lida, de nossa existência. A fé não a damos a nós mesmos, ele nos é dada, é dom, é sinal da gratuidade amorosa de Deus, e ela nasce de um encontro pessoal e performativo com Cristo. em nossa pobre existência tão marcada muitas vezes por um ceticismo, não conseguimos conhecer quem é Jesus, é preciso que alguém nos aponte, nos guia, seja um intermediário, uma ponte que nos conduz ao autor e consumador de nossa vida.
Na vida de Bartolomeu o seu intermediário foi Filipe que anunciou a novidade da fé a Bartolomeu: "Encontramos aquele de quem Moisés escreveu na lei e nos profetas: Jesus de Nazaré, o Filho de José" (Jo 1,45). Bartolomeu era um judeu, "um israelita verdadeiro, sem falsidade" (Jo 1,47). e como todo judeu, certamente esperava a vinda do Messias, o esperado das nações, aquele que viria instaurar o reino glorioso, reger o mundo com justiça, paz e ordem. Todos esperavam um Messias Poderoso, e quando Filipe falou que esse Messias era O Jesus de Nazaré, O filho de José, O carpinteiro, Bartolomeu foi tomado pelo preconceito: "De Nazaré pode sair coisa boa?" (Jo 1,46). certamente Bartolomeu já ouvira falar daquele Homem, ele sabia sua procedência, mas logo, foi surpreendido com a resposta-convite de Filipe: "Vem ver"! (Jo 1,46b). quantas vezes achamos que já conhecemos Jesus, só por contato longínquos, quantos momentos somos marcados por um ceticismo que nos faz duvidar de tudo, até mesmo de Deus e de sua presença constante em nosso meio, em nossa vida? é preciso ir e ver quem de fato é Jesus, só no encontro íntimo e pessoal com Ele, estando com Ele, é que saberemos quem de fato Ele é. No encontro com Jesus algo de surpreendente acontece na vida de Bartolomeu, Jesus o olhou, fitou o seu olhar, Ele que nos conhece profundamente, é mais íntimo de nós do que nós mesmos, também conheceu quem era Bartolomeu: "Aí vem um Israelita de verdade, um homem sem falsidade" (Jo 1,47). As palavras de Jesus desmontam Bartolomeu que num primeiro encontro com Jesus, percebeu que Aquele Homem já o conhecia e descrevia quem ele era; Certamente, O filho de Talmay, em sua simplicidade logo se questionou e perguntou a Jesus: "De onde me conheces?" (Jo 1,48). aos poucos este encontro com Jesus vai desmantelando o ceticismo preconceituoso de Bartolomeu, Logo, ele vai percebendo que aquele Homem até então desconhecido, não é um homem qualquer de Nazaré, o Messias anunciado no Antigo testamento, estava agora como uma luz diante de seus olhos. O ceticismo de Bartolomeu se transforma numa fé firme, a ponto dele proclamar quem de fato é Jesus: "Rabi, tu és o Filho de Deus, tu és o Rei dos Judeus" (Jo 1,49). Bartolomeu reconhece que Jesus não é só o Filho de José, mas é, sobretudo, o Filho de Deus, não é um homem qualquer, mas O Homem de Deus, verdadeiro Homem e verdadeiro Deus. E deveras, Ele é O Messias, o Ungido de Deus, aquele que veio para reinar sobre Israel. 
Deus nos surpreende sempre, escolhe os simples, para confundir os fortes, "o que é fraqueza de Deus é mais forte que todos os homens" (1Cor 1,25). São João Crisóstomo, sobre o chamado de Jesus a seus discípulos nos diz: "De incultos e ignorantes fez amigos da sabedoria". E foi isso que aconteceu na vida de Bartolomeu, ele foi amigo de Cristo, anunciou as maravilhas, o Reino glorioso, o Evangelho de Cristo, se tornou amigo da sabedoria que é Cristo, e esta sabedoria, é a da cruz, do martírio, assim Bartolomeu terminou a sua vida, recebendo a coroa do martírio, a palma da vitória, a glória do céu. 
Que o exemplo e o testemunho do apóstolo Bartolomeu nos leve a abraçar a fé, a seguir os ensinamentos de Cristo que nos foram transmitidos pelos apóstolos e hoje chega a nós pelo sagrado Magistério, e a amar a santa Igreja Católica. 
                                                           



Ó Apóstolo sincero,
Ó grande Bartolomeu:
Apontai-nos o caminho
Que leva da terra ao Céu.

Por ver a sinceridade
Que de vós irradiava,
Em Vós pôs o seu olhar
O Salvador que passava.

E logo vos quis unir
À sua missão divina
De pregar ao velho mundo
O que era nova doutrina.
Vivestes com Jesus Cristo

Em perfeita intimidade.
Jamais perdestes o rumo
Do Evangelho da Verdade.

Glória a Ele que vos chamou
Para serdes, a seu lado,
O que, junto a cada rei,
Deve ser cada soldado.

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