quarta-feira, 12 de outubro de 2011

MARIA, NOSSA MATERNA INTERCESSORA

Celebrando a solenidade de Nossa Senhora Aparecida, excelsa padroeira do Brasil, a liturgia da palavra de hoje, nos presenteou com belíssimas leituras, que possuem um sentido teológico profundo, quando revelam a Virgem Maria como a Materna Intercessora, aquela que roga ao seu Filho Jesus por nós seus filhos. Maria é aquela que vestida com as vestes reais da pureza e da santidade, encontrou graça diante de Deus que a escolheu entre todas a preferida.

Na Divina e sagrada Liturgia de hoje, somos chamados a contemplar um cenário de um reino, Maria aparece como uma Nobre e ao mesmo tempo simples Rainha que como tal está ornada pelas vestes reais. Chama-nos a atenção o fato de nas leituras aparecerem a mulher vestida, primeiro com as vestes de rainha, depois vestida de sol, vestida de ricos brocados de ouro. Vejamos, esta mulher é Maria que por ter cumprido sua missão até o fim, tendo terminado seu curso terrestre ela foi elevada de corpo e alma ao céu, e  foi coroada com a glória de Cristo, esplendor da santidade de uma vida pautada na obediência fiel aos desígnios de Deus, por isso, foi Coroada como rainha dos céus, do novo Povo de Deus que é a Igreja, sinal revelado na coroa de doze estrelas relata pelo Apocalipse (Ap 12,1). Esta Mulher também é vestida de sol, o sol aqui é Cristo, recordemos o que nos diz o evangelista Lucas: “o sol nascente (Cristo) nos veio visitar” (Lc 1,78). Os méritos de Cristo ornam o corpo puro, santo e imaculado de Maria, a ponto de receber as vestes de ouro, sinal da realeza, o prêmio de escutar e de ser obediente à palavra de Deus.

É justamente vestida com a pureza, a obediência, o amor, a doação, a fidelidade, que Maria se põe diante do Rei, para rogar-lhe pelo seu povo, a Rainha Ester era prefiguração da Virgem Maria, a verdadeira intercessora que constantemente roga por nós, junto a Cristo Nosso Senhor. Pede a Deus que nos conceda a vida verdadeira que não passa, a graça de podermos neste vale de lágrimas de nossa história tão dolorosa, permanecer fiéis e perseverantes.  O Rei ao ver a Rainha tão bela, bem ornada ele se agrada do que vê, contempla um templo vivo do Espírito que reluz os raios claros do sol da Justiça. Diz-nos o salmo que “O rei se encantou com a beleza da rainha” (Sl 44), e por isso atende ao seu pedido. No evangelho de hoje, vemos Maria e Jesus numa festa de casamento em Caná da Galiléia, é bom recordarmos que é o primeiro sinal que Jesus realiza, e sinal (semeia) é uma realidade que aponta para outra bem maior, aqui se refere ao mistério de Deus. Todo casamento no costume judaico da época no que diz respeito à festa, durava vários dias, por conseguinte, se tinha uma grande quantidade de vinho, que era sinal de alegria, de festejar a união dos esposos. Neste casamento aconteceu algo extraordinário, o vinho acabou, uma festa sem vinho não tinha sentido nenhum, o que fazer? É aqui que Maria aparece, ela comunica ao seu Filho a falta de vinho, que lhe responde não com dureza como muitos pensam em virtude de tê-la chamado de mulher, mas é justamente o contrário, o evangelista nos reporta à mulher do Gênesis, Eva, que não soube escutar o apelo de Deus e por sua desobediência o pecado adentrou na história humana.
Maria é a Nova Mulher que foi obediente, escutou a voz de Deus e por isso trouxe a vida para a humanidade. Jesus ainda afirmará que sua hora não havia chegado, a hora aqui é a glorificação de Jesus, ser elevado à direita de Deus Pai, esta glória se revela na cruz, é lá que acontece a glorificação do Pai e do Filho. Mas é justamente nas bodas de caná que Maria no seu pedido humilde e confiante a seu Filho que a hora da glorificação é prenunciada, é anunciada simbolicamente.  É esplendida a resposta de Maria aos serventes: “fazei tudo o que ele vos disser” (Jo 2,5).

Bem sabemos que Deus anseia viver conosco uma aliança de amor conosco, ser o esposo de nossas vidas. Neste casamento como união de amor entre nós e Deus falta em nós, na nossa vida, o vinho da alegria que nos faz felizes, abandonamos a Deus, o seu amor, a sua bondade, qual o vinho que hoje falta em nossas vidas? Lá está Maria a interceder por nós, a nos convidar a fazer tudo o que Jesus destinar para a nossa vida.

Maria roga incessantemente por nós a Jesus pedindo que ele não deixe faltar o vinho da fé, do amor, da paz, da justiça, da fraternidade, da obediência em nossas vidas. Quando a ela rogamos, quantas graças, milagres, sinais acontecem em nossa vida os quais nos enchem de felicidade sem fim. Deus deseja a cada dia estar unido a nós, aquelas bodas é sinal do casamento que Deus anseia estabelecer conosco. Maria é modelo de fidelidade, de docilidade, ela mais do que ninguém se deixou desposar em seu coração pelo esposo.

É importante perceber que Maria viveu com Jesus do início ao fim de sua vida, desde o início de seu ministério público até a cruz, e por isso mereceu ser elevada á glória celeste, e ser vestida de esplendor da realeza de Deus. Por meio dela a salvação adentrou em nossa história pobre e mortal, ela é aquela mulher que deu á luz ao menino Jesus, e foi perseguida pelo dragão sanguinolento, Herodes e que hoje é maltratada, rejeitada, caçoada por inúmeros outros “dragões” que não reconhecem sua maternidade divina, sua virgindade, sua concepção imaculada.

Hoje nós agradecemos a Maria por sua maternal intercessão, por  cada dia ela ter derramado suas graças sobre nossas vidas, ora por nós ó Virgem santa, que somos pecadores, fracos, por isso és para nós modelo de obediência, porque és humana como nós, e por isso recorremos a ti, ó porta do céu, senhora gloriosa, dá-nos a graça de contigo estarmos juntos, jubilosos diante de Deus. Amém.      



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