sexta-feira, 21 de outubro de 2011

O FIM DOS TEMPOS: COM CRISTO A VIDA TEM FUTURO

A pergunta antropológica sobre o destino de nossa existência é sempre pertinente, sempre nos voltamos para a questão fundamental: “para onde vamos”. É da essência do ser humano buscar compreender a realidade do fim de sua existência, é a sua inquietação, é sua angústia, entre as dores e alegrias o homem se pergunta sempre de novo, para onde irei no fim de minha pobre existência.

Frente a esta realidade de fim, também se une a questão dos sinais dos tempos que fazem os seres humanos se questionarem sobre o fim que se aproxima. Vejamos, como compreender os sinais dos fins dos tempos? A Constituição Pastoral do Concílio Vaticano II, Gaudium et spes, na sua introdução diz: “as alegrias e angústias dos homens, são as angústias e alegrias da Igreja”. Então, isto indica a responsabilidade da Igreja no mundo, sua presença na esteira da vida dos seres humanos para os ajudar a compreender os sinais dos últimos tempos.

Inúmeros são os sinais que apontam para o fim da história, são situações catastróficas, flagelos, guerras, o progresso desordenado da tecnologia e da ciência, a ganância exacerbada pelo dinheiro, o culto idolátrico a si mesmo, gerando o individualismo, o subjetivismo, que acarretam a miséria, a fome, etc. sem contar com as paupérrimas e fúteis previsões de culminância do mundo, quantos já não profetizaram o fim do mundo em diversos anos: 2000,2005,2010 etc. olhando assim tantos terrorismos existências é óbvio que os seres humanos logo vão pensar no fim do mundo.

Aqui se deve dar uma cara nova a realidade, poderíamos erguer aqui a pergunta: como compreender o sinal dos temos? Veja, para a geração cristã de todos os tempos vale o princípio de sempre que englobam duas realidades inseparáveis, primeiro: vivemos numa tensão escatológica, segundo: não sabemos quando será o fim. Entendamos melhor estas duas realidades que estão intrinsecamente unidas.

Quando falamos em tensão escatológica, se deve pensar antes de tudo que a vinda de Cristo ela é uma Boa-Nova, é algo Bom num todo, por que? Porque é anúncio de esperança, de libertação, foi assim que o povo compreendeu desde sempre a vinda de Jesus como evento de salvação, de esperança e de libertação, é o dom do Reino de Deus que é uma pessoa, o próprio Jesus. Esta tensão nos faz entender que não se deve aceitar a realidade dos sinais dos fins dos tempos como um terrorismo espiritual, marcado pela falta de esperança e desespero. Nós cristãos deveremos sempre ter a certeza de fé que não construímos nossa casa, a habitação de nossa história nesta areia movediça que é o hoje, mas a edificamos na rocha que é Cristo, e, por conseguinte, nossa vida é marcada pela espernaça.  A esta tensão escatológica se une a questão da própria caducidade do mundo, ou seja, estes sinais do fim dos tempos revelam a própria limitação do mundo, a sua finitude, deveras o mundo caminha para o final.

Um segundo ponto é que não sabemos quando será o fim, não dá para sabermos, é certo que com a ressurreição de Cristo, o tempo último já foi inaugurado, vivemos no já da plenitude do fim dos tempos, mas ainda não se consumou a história, a eternidade já acontece no tempo de nossa história, algo já está realizado, mas ainda não plenificado, isto se dará com a segunda vinda de Cristo. Por isso somos chamados a entender que O Deus que vem na história é um Deus que conduz, caminha com a história para leva-la à sua plenitude. Para os pagãos a história caminha para o vazio, o nada, a vida é culminada no aqui e agora, cessamos de existir, se foi a vida, tudo não tem mais sentido, quem aproveitou, aproveitou, quem não, perdeu.

Para nós a história tem um rumo diferente, ela é marcada pelos aclives de nossas conquistas e pelos declives de nossas derrotas, mas ela tem um início, um centro e deve ter um Fim, em todos estes estágios, está Cristo, Deus é o Senhor da história, tudo começou por ele e caminha para ele, é a história humana na história de Deus, essa é a novidade para os cristãos. Assim deveremos dizer que a história é cristológica, em Cristo as angústias e alegrias ganham um novo sabor, e as nossas inquietações, nossos questionamentos, encontram em Cristo a resposta. Ele veio para os seus, é a eles que anseia comunicar a restauração nova da própria história.

Diante deste tempo último, do fim que não sabemos quando será, Deus não nos quer acomodados, esperando inertes, pelo contrário, ele nos quer vigilantes, prudentes, esperançosos com o coração em constante prontidão, temos que viver no hoje,  com o coração abertos para o eterno, eis nossa pátria, nosso prêmio. Com Cristo a História tem futuro, sem ele a história não tem futuro, só desespero.



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