quinta-feira, 20 de outubro de 2011

"SUBO AO ALTAR DO DEUS QUE ALEGRA A MINHA JUVENTUDE" (Sl 43,4)





“Introibo ad altare Dei, ad Deum qui laetificat juventutem meam!”

Diante deste santo Altar de Deus, edificado na amada paróquia de Nossa Senhora de Fátima, vivi  momentos felizes, de comunhão íntima com meu amado Deus, aquele que dá sentido e que é o centro de minha vocação. Quantas e inúmeras vezes subi a este altar, com meu coração, carregando a minha vida, os meus sonhos, as minhas lutas, minhas labutas, minhas vitórias e derrotas, mas também subi levando a vida e a história de muitos filhos e filhas de Deus, pois um padre e um futuro padre deve sempre lembrar: “quando se sobe ao altar não se sobe sozinho, mas com a própria vida e com a vida de um multidão”, o padre no altar está suspenso como Cristo na cruz. Subi a este altar com a vida de muitos que me pediam orações, que conversavam sobre as dores e alegrias de suas vidas, deveria em cada santo sacrifício oferta-las a Deus.
Cada vez que subi neste altar e em outros altares subi para morrer para também colocar a minha mísera vida em sacrifício, diante dele, curvando-me com reverência, ia entendendo que devo também colocar a minha vida em contínuo sacrifício a Deus e aos irmãos, pois como diz a canção: “diante do altar Senhor entendo minha vocação, devo sacrificar a vida por meus irmãos”.
Subi ao altar do Cordeiro como que imolado, com o coração cheio de temor e tremor, pois ele não é uma mesa qualquer, mas é a mesa santa, do sacro banquete eterno que Deus prepara para nós, o altar é Jesus, é a cruz, é a manjedoura, é o trono, onde o Rei-Servo se entrega a nós. Desde pequeno como coroinha aprendi pelas santas palavras de S. Tarcísio: “o altar é o paraíso de Deus”. E neste altar experimento e experimentamos o céu, a eternidade concedida a nós no tempo de nossa história. Que mistério admirável, excelso e fascinante!
Com quanto amor, reverência e piedade devemos nos colocar diante do Santo Altar onde Deus vem a nós, é amar aquele que nos ama com amor infinito. É e deve ser no altar que o sacerdote é chamado a viver as maiores alegrias de sua vida, nele ele deve colocar todo o seu amor, afeto, carinho e dedicação, é o local das eternas maravilhas, da felicidade que perdura para todo o sempre.
No último domingo (dia 16) na minha despedida na Casa da Mãe, Nossa Senhora de Fátima, terminei saudando com reverência e santo temor, com o coração choroso, a este Santo altar, no qual vivi meus sonhos e minhas alegrias, dores e sofrimentos nestes 2 anos e 3 meses que estive com aquela comunidade,  fiz uso de uma oração de despedida do altar, rezada pelos orientais no rito maronita e termino rezando-as mais uma vez:
“Fica em paz, santo altar do Senhor. Eu já não sei se voltarei a ti. O Senhor me conceda de ver-te na assembléia dos primogênitos que estão no céu; nesta aliança coloco a minha esperança. Fica em paz, altar santo e propiciador... Fica em Paz, santo altar, mesa de vida, e suplica por mim ao Senhor Jesus Cristo, para que eu não cesse de pensar em ti”.


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