O Sacerdote, Pastor, não teme suportar toda e qualquer tempestade por Cristo para dar vida as suas ovelhas, pois é o Bom e Belo Pastor que guia e ampara, por isso, com força e coragem, o sacerdote como um pastor, vai conhecendo o nome de suas ovelhas, o modo se ser das ovelhas, o lar onde as ovelhas habitam; conhecer implica aproximar-se da vida das ovelhas saber as suas dores, angústias, tribulações, sofrimentos, quedas, enfim, suas fraquezas, mas também, suas alegrias, felicidades, sonhos, conquistas, ideais.
Vai tomando a vida das ovelhas para si, de modo que o seu coração pulsa o pulsar do coração das ovelhas. O pastor abre as portas do redil de seu coração amoroso, paterno, terno, carinhoso, manso, humilde e vai acolhendo as ovelhas em seu coração, na sua vida, vai tomando a plena consciência de que as ovelhas precisam ser curadas de suas fragilidades; ao mesmo tempo as ovelhas, ao encontrarem um pastor solícito, verdadeiro, elas vão abrindo a tenda de suas vidas tão machucadas, bagunçadas, para que o pastor adentre faça uma limpeza espiritual, e as cure, e aos poucos, em pequenos passos, muitas vezes, vacilantes, as ovelhas vão encontrando a alegria de viver, e aquelas que estavam distantes, desanimadas por demais, quase sendo atacadas pelo lobo, mascarado, pelos falsos profetas, pelos anticristos, pelos fanfarrões, pelo individualismo e o consumismo da vida, ao encontrarem o verdadeiro pastor elas retomam o caminho, deixam as trevas e adentram na luz, pois agora encontram um guia, mestre, pai, amigo, um irmão.
Um sacerdote pastor é aquele que como um mestre, ensina as suas ovelhas o caminho da vida, as educa, está com elas, se faz uma ovelha, pois o que é pastor é também ovelha.
O pastor ensina a fé, pelas formações, pelas palestras, pelos encontros pessoais, com cada ovelha, com as ovelhinhas, as crianças, brinca, ri e canta na catequese; exorta os jovens que numa idade tem tantos ideais, tantos modelos, mas que nem sempre são modelos e ideais de vida; o pastor orienta as famílias a serem berços de amor, celeiros de amizade, fraternidade, respeito e construtoras e promotoras de vida.
O pastor reza com as ovelhas, pedindo por si e pelos seus, canta com as ovelhas, levando-as a serem elas mesmas o verdadeiro canto, o maior louvor dado a Deus, o pastor trabalha com as ovelhas, sofre, ri e chora com as ovelhas, pois a vida do pastor é a vida das ovelhas.
o pastor ensina os fundamentos e Princípios Evangélicos em toda a sua verdade, numa homilia que faz tão bem, a ponto de fazer com que suas ovelhas, tenham um encontro com Deus, fazendo da santa Palavra, um verdadeiro alimento sólido que dá força e vigor ao rebanho. O pastor ao celebrar não a si mesmo, mas a Cristo, com piedade, amor, alegria, devoção, colocando a própria vida em sacrifício, leva o rebanho a adorar e experimentar Deus bem perto, tão íntimo a ponto de ir ao interior de suas ovelhas, alimentando-as. Quão felizes as ovelhas ficam, tão seguras e cheias de fé, esperança e amor, pois encontraram verdes pastagens, foram tiradas do deserto da vida, da seca de felicidade e foram colocadas no redil, no pasto do amor, da misericórdia e da infinita bondade de Deus.
O pastor cura as feridas de suas ovelhas, pela confissão, quando elas derramam o coração tão maculado pelas dores e sofrimentos em conseqüência dos pecados, ou abrem os seus corações numa direção espiritual, quão salutar não é para uma ovelha que chega aflita e sai alegre, e quão maravilhoso é para o pastor ter escutado a ovelha, ter aconselhado, ter chorado, ter se entristecido como um pai que ama o seus filhos e ter dado a sua vida, ter morrido para que a ovelha viva, para curá-la.
O pastor que ama as suas ovelhas educa e muitas vezes precisa tocar na ferida das ovelhas, seja por meio de um simples "carão", uma "repreensão", de início não e compreendida pelas ovelhas, mas, logo elas compreendem que quem ama cuida, "puxa nas orelhas", agarra fortemente o braço para salvá-las do vale da morte e conduzi-las para o vale da vida, pois, a caridade e verdade reinam juntas, é a caridade na verdade, e a verdade na caridade, juntas edificam o Reino de Deus que é Caridade, Amor.
O pastor com inúmeros projetos e atividades pastorais busca construir e dar mais vida ainda à comunidade, não se preocupa com o "vestir", com "o que comer", "que carro terá", "onde vai morar", "quanto vai ganhar" "se a paróquia é boa ou má financeiramente", aliás, uma paróquia boa, não é aquela que tem um dízimo alto, ou é boa financeiramente, mas aquela que o sacerdote e os fiéis tem uma vida pastoral ativa e dedicada, que têm o maior tesouro, Cristo, e esta é a maior herança, a maior riqueza, ser rico de Deus, porque o encontrou, pois, como reza o salmista: "O Senhor é minha herança para sempre".
O sacerdote pastor faz tudo não para si, sua glória, ou status; é para que ele diminua e a obra de Deus cresça como reflexo da vida da comunidade. O sacerdote pastor constrói ou reforma igrejas para que as suas ovelhas tenham um lugar onde possam se encontrar com Deus, o Divino pastor entrando em intimidade com Ele. O pastor edifica diversas obras para a vida pastoral da comunidade sejam grandes ou pequenas, se esforça em buscar meios materiais e espirituais para que a paróquia cresça em todos os sentidos.
O pastor renuncia a tantas coisas que ele gostaria de fazer, tudo para dar-se sem reservas ao seu rebanho na verdade de seu coração, faz valer as palavras do Divino Pastor: “O bom pastor é aquele que dá a vida pelas ovelhas” (Jo 10,11). São as renúncias de si pelo Reino de Deus e para o bem da Santa Mãe Igreja, é o sacrifício de um homem que se decidiu a entregar a própria vida a Cristo, sendo um continuador de sua missão a história.
Na entrega de si para o bem-viver das ovelhas, o pastor impregna a sua vida na porta dos corações das ovelhas, de modo que, ele antes não tinha as chaves destas portas, mas por sua dedicação, amor, zelo e doação às ovelhas confiaram as chaves da vida, e, por isso, permitiram ao pastor que adentrasse e conduzisse as suas vidas, sem tirar a liberdade, levando-as para Deus, fazendo-as experimentar a Felicidade que não passa e o bem que permanece.
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