quinta-feira, 1 de setembro de 2011

A Eucaristia o Amor como Alimento de Salvação

Texto fundamental: Mt 26,17 - 29

17 No primeiro dia dos Ázimos, os discípulos aproximaram-se de Jesus e perguntaram-lhe: Onde queres que preparemos a ceia pascal?
18 Respondeu-lhes Jesus: Ide à cidade, à casa de um tal, e dizei-lhe: O Mestre manda dizer-te: Meu tempo está próximo. É em tua casa que celebrarei a Páscoa com meus discípulos.
19 Os discípulos fizeram o que Jesus tinha ordenado e prepararam a Páscoa.
20 Ao declinar da tarde, pôs-se Jesus à mesa com os doze discípulos.
21 Durante a ceia, disse: Em verdade vos digo: um de vós me há de trair.
22 Com profunda aflição, cada um começou a perguntar: Sou eu, Senhor?
23 Respondeu ele: Aquele que pôs comigo a mão no prato, esse me trairá.
24 O Filho do Homem vai, como dele está escrito. Mas ai daquele homem por quem o Filho do Homem é traído! Seria melhor para esse homem que jamais tivesse nascido!
25 Judas, o traidor, tomou a palavra e perguntou: Mestre, serei eu? Sim, disse Jesus.
26 Durante a refeição, Jesus tomou o pão, benzeu-o, partiu-o e o deu aos discípulos, dizendo: Tomai e comei, isto é meu corpo.
27 Tomou depois o cálice, rendeu graças e deu-lho, dizendo: Bebei dele todos,
28 porque isto é meu sangue, o sangue da Nova Aliança, derramado por muitos homens em remissão dos pecados.
29 Digo-vos: doravante não beberei mais desse fruto da vinha até o dia em que o beberei de novo convosco no Reino de meu Pai.



Introdução: Na última ceia na noite de páscoa em que foi entregue o Senhor instituiu o Sacrifício Eucarístico de seu corpo e sangue, antecipando de forma sacramental o seu sacrifício na ara da Cruz. Selando a nova e eterna aliança em seu sangue, pela sua carne crucificada, dando-a como alimento; deveras Ele é o “Verdadeiro cordeiro que tira o pecado do mundo” (Jo 1,29). Este sagrado mistério foi confiado à Igreja, esposa de Cristo, para que ela o perpetue pelos séculos, todo bem espiritual da Igreja está na Eucaristia, o Cristo nossa páscoa. “A Igreja vive da Eucaristia”. (EE 1) nela está o centro da fé da Igreja, o mistério pascal.
Deus antes de nos dar o seu Filho como alimento eterno, ele nos preparou para este grandioso mistério de amor pelos sinais do pão e do vinho que são frutos da terra e do trabalho humano, mas sempre são dons do criador. Podemos recordar: O sacrifício de Melquisedec (Gn 14,18), os Pães ázimos (Ex 13, 3-4) e o Maná – o Pão do céu (Ex 16, 4.15b.)
Todas estas figuras vão dar lugar à Verdade, a grandiosa “novidade radical” (Sac. Caritatis 11). Jesus instituindo a Eucaristia dá um novo significado à benção do Pão e do Vinho.  Podemos ver estas verdades no milagre da multiplicação dos pães (Mc 6, 38.41-42) onde Ele revelou a superabundância deste único pão, a Eucaristia. E no Milagre de Caná (Jo 2, 7-9) – anuncia a hora da sua glorificação, manifesta a Ceia das bodas do Reino, onde iremos beber o vinho novo, o sangue do Cordeiro. Cristo como o Esposo e nós como a Esposa, a Igreja, celebraremos a aliança em seu Sangue.
Quando Jesus prometeu instituir a Eucaristia? Na Sinagoga de Cafarnaum (Jo 6,55) – No belíssimo discurso do Pão da Vida, Pão da Imortalidade, o Verdadeiro Pão do Céu, pronunciado na Sinagoga foi possível ver duas atitudes contrastantes, por um lado a incredulidade dos judeus, a não-fé em Jesus verdadeiro Deus e verdadeiro Homem, por outro a atitude do discípulo de Jesus ( Jo 6,68) – Credulidade = fé, verdadeiramente Jesus era o Pão Vivo que alimenta a humanidade,e concede a Vida Eterna.
A instituição da Eucaristia
Jesus escolheu o tempo da páscoa (Mt 26, 17). Jesus sabia que não iria celebrar a ceia pascal com os seus discípulos, e por isso, lhes convidou para uma Última ceia de caráter muito particular, um rito novo, que não pertencia ao rito judaico, nesta ceia ele deu algo novo, se deu a si mesmo, Ele é o verdadeiro cordeiro pascal. Jesus na páscoa dos judeus instituiu a sua Páscoa. A morte e a Ressurreição de Jesus se revelam como a Páscoa que permanece
Tendo amado os seus, amou-os até o fim, antes de voltar para o Pai, Jesus numa refeição deixou-lhes o mandamento do amor, que não é um código moral, mas é a união íntima, o dom da comunhão com Cristo, é estar Nele (Jo 13, 1.4.15) e para deixar-lhes uma garantia deste amor e para nunca se afastar dos seus, e torná-los participantes de sua páscoa, instituiu a Eucaristia (Ceia – Sacrifício). O seu Corpo que seria imolado no madeiro da cruz é dado como comida e o seu preciosíssimo Sangue é dado como bebida: “Tomai todos e comei, isto é o meu Corpo que será entregue por vós. Tomai todos e bebei, isto é o meu Sangue, o Sangue da Nova e eterna aliança que será derramado por vós e por muitos, paa o perdão dos pecados” (Mt 26,28).  E ordena aos discípulos: FAZEI ISTO EM MEMÓRIA DE MIM(Lc 22,19). Jesus lhes ordena o cumprimento no tempo desta Instituição Perpétua.
            Jesus confia aos apóstolos e consequentemente aos seus sucessores, a missão de celebrar no hoje da história o memorial de sua vida, paixão, morte e ressurreição até que ele volte. É assim que nós rezamos na oração eucarística da missa: “ todas as vezes que comemos deste pão e bebemos deste cálice anunciamos Senhor a vossa morte, esperando a vossa vinda gloriosa”.
            Diante do mandato de Jesus podemos nos perguntar: desde o início a Igreja o cumpriu? Sim! A Eucaristia era denominada de “fração do pão”; celebravam o que viviam e viviam o que celebravam (At 2, 42.46). A celebração era no 1º dia da semana, O Dies Domini, o Dia  em que o Sol da Justiça brilhou, o dia em que a Nova Criação foi estabelecida, o Dia em que a esperança voltou, Cristo Ressuscitou, venceu a morte, e deu-nos Vida (Ressurreição). De lá até os nossos dias este grande tesouro confiado à Igreja é perpetuado sobre os altares do mundo inteiro.
            Assim vamos celebrando este admirável sacramento da fé, anunciando o mistério pascal de Jesus até que ele volte; vamos peregrinando e avançando pela porta estreita da cruz rumo ao banquete celestial, onde na Jerusalém Celeste celebraremos as núpcias do Cordeiro redivivo. Enquanto esperamos ansiosamente este dia, devemos proclamar com fé:  “O Cordeiro Imolado é digno de receber, honra, glória e poder, sabedoria, louvor, divindade” (Ap 5,12)

            “A Eucaristia é o sacramento do amor, significa amor e produz amor; a força de adorar  a beleza, a bondade e a pureza em pessoa, neste divino sacramento, também fará com que tu ó alma esponsal te tornes bela, boa e pura.”

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