“É preciso ser amigo da Eucaristia!” hoje ao escutar esta frase, fiquei pensando na minha própria vida como cristão, será que de fato tenho sido um amigo da Eucaristia? Tenho fomentado uma amizade com Jesus?. De fato todos somos chamados a ter uma espiritualidade eucarística, entrar em um contato íntimo e pessoal com Jesus, tendo-o como o nosso verdadeiro amigo, que não nos falta jamais. O próprio Jesus quis edificar uma amizade conosco: “já não vos chamo servos, mas vos chamo amigos, pois vos dei a conhecer o que o Pai me revelou”. Jesus nos chama a uma amizade, Ele nos contou as confidências do coração de Deus, os seus mistérios insondáveis, narrou a história trinitária na nossa história simples e humilde, tão marcada por altos e baixos, Ele nos mostrou a face de Deus, em Jesus podemos tocar, falar, ver, ouvir Deus, podemos experimentar o Eterno em nosso tempo.
Agora será que temos feito de Jesus o nosso amigo, o Maior Amigo? É preciso acordar para esta realidade que é central na vida do cristão, pois a Igreja nasceu do dom do sacrifício eucarístico, como antecipação da entrega de Cristo na cruz, de modo que em cada Eucaristia a Igreja renasce sempre de novo, a ponto de podermos dizer: “A Igreja vive da Eucaristia”. A eucaristia é o nosso maior tesouro, é a nossa felicidade, é nossa riqueza, ela é a fonte da vida verdadeira, Deus nos dá a sua própria vida, seu Corpo sacrossanto e seu preciosíssimo Sangue. Depois de cada santa missa a presença do Senhor Ressuscitado se perpetua sob os véus do tabernáculo, para acorrermos ao seu encontro e o adorarmos, para também derramarmos nosso coração muitas vezes tão chagado pelas feridas da vida, tão sedento e faminto pela vida verdadeira. Que grande dom Deus nos concedeu! Mas que não sabemos aproveitar bem esta grande dádiva, pouco vamos diante do santo tabernáculo para passar nem que seja um pequeno tempo diante do Senhor; quantas vezes passamos de frente à Igreja, quando vamos ao trabalho, à escola, ao lazer, ou a qualquer atividade cotidiana, e nem sequer paramos e adentramos na casa do Senhor para lhe falar, Ele não é um desconhecido, ele é uma pessoa, Deus que quis fazer-se nosso amigo, nosso Mestre, nosso irmão.
Temos tempo para tudo e para todos, só não temos tempo para visitar Jesus no sacrário, para diante dele, derramar nosso coração tão cheio de sonhos, alegrias, tristezas e cansaço, esquecemos que Jesus é o amigo que sempre está pronto para nos ouvir quando todos que estão ao nosso redor desaparecem. Em todo tempo e lugar podemos ir ao encontro do Senhor reclinar nossa cabeça sobre seu peito, sobre o seu coração, e descansarmos, pois ele nos chama: “vinde a mim todos vós que estais cansados e fatigados, sob o peso de vossos fardos e eu vos aliviarei”. Corramos ao encontro do Senhor enquanto ele se deixa encontrar, o Mestre está lá e nos chama. Indo ao seu encontro podemos também falar-lhe as confidências de nosso coração, ou simplesmente, podemos não dizer nada, mas só em estar silenciosamente diante de Deus já nos basta, pois Ele vai operando a sua graça em nossa vida, vamos trocando profundos e verdadeiros olhares de amor, Ele nos ama e somos por Ele amados. Temos muitos amigos nesta vida, mas nem sempre temos O Amigo, muitos tesouros, mas não o Tesouro, e por isso somos pobres, mendigos de felicidade, amor, paz, justiça. Ao estarmos diante do Verbo de Deus Encarnado, do Pão Vivo descido do céu, descobrimos quem somos e quem Ele.
É preciso termos uma intimidade maior com Jesus Eucarístico, e isto se dá na forma piedosa com que participamos do santo sacrifício da missa, o modo como comungamos, se temos tempo para o adorarmos fora da missa. Já dizia o beato João Paulo II se referindo ao respeito para com a Eucaristia: “Nunca há excessos”. Temos que com fé fomentarmos uma intimidade com a Eucaristia, é preciso parar demoradamente diante de Jesus, olhá-lo, ouvi-lo, tê-lo como um amigo, abrir a Ele o nosso coração, ele sempre está a nos esperar ansiosamente para juntos celebrarmos as bodas do amor maior. Nunca esqueçamos: “Jesus é o nosso Divino amigo”
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