Hoje nos unimos aos irmãos orientais que celebram a apresentação de Maria no Templo, esta festa foi instituída quando em Jerusalém se dedicou a basílica de Santa Maria a Nova, no ano de 543. Nesta festa nós voltamos o nossos corações e olhares para a Mãe do Senhor Jesus. Segundo uma tradição piedosa, e baseado nos evangelhos deutero-canônicos, também chamados de apócrifos, se que sendo Joaquim e Ana já de idade e não tendo filhos, Deus os agraciou com Maria que desde sua tenra infância dedicou-se a Deus, impelida pelo Espírito, e também se diz que tal como Jesus, Maria aos oito anos foi apresentada no Templo num cumprimento de uma promessa feita por seus pais, Joaquim e Ana. Por trás desta atitude, existe um belo mistério ao celebrarmos a Virgem Maria, celebramos o próprio Cristo. primeiro nos reportamos à sua concepção imaculada, obra de Deus Pai na força de seu Espírito, em virtude dos méritos de Cristo, ela foi escolhida por Deus, para trazer ao mundo o Verbo Divino, e por isso foi preservada de toda mancha do pecado para gerar humanamente o Filho de Deus, qual depósito puro, para aquele que é puríssimo. Por esta grande escolha que Deus fez tornando Maria sua propriedade exclusiva, aprouve-lhe, ser apresentada, ser entregue, ser consagrada ao seu Senhor, Maria era dele, e isto se revelou no seu Fiat como aceitação humilde, e de uma fé obediente, “eis-me aqui! Sou tua serva Senhor! Faça-se em mim segundo a tua vontade”. Maria ao ser apresentada por seus pais no Templo, era sinal de que toda a sua vida seria dedicada ao Senhor, em fazer inteiramente a sua vontade, sendo serva, escrava, mãe, esposa e Filha. Maria oferece a sua vida para Deus, é o seu sacrifício, toma Senhor tudo o que tenho e sou é teu, ela vai ao Templo, mas ela mesma se tornaria o templo de Deus, o lugar sagrado, o tabernáculo onde Deus habitaria. Ela é a micro-história da salvação onde aconteceu, explodiu aos homens a grande história da Salvação, onde Cristo, Verbo de Deus, adentrou na história humana, fez-se homem, para que o homem se fizesse Deus. Diz-nos Santo Agostinho: Acaso não fez a vontade do Pai a Virgem Maria, que creu pela fé, pela fé concebeu, foi escolhida dentre os homens para que dela nos nascesse a salvação; criada por Cristo antes que Cristo nela fosse criado? Fez Maria totalmente a vontade do Pai e por isto mais valeu para ela ser discípula de Cristo do que mãe de Cristo; maior felicidade gozou em ser discípula do que mãe de Cristo. E assim Maria era feliz porque já antes de dar à luz o Mestre, trazia-o na mente".
E por que Maria foi fiel à vontade de Deus, cumpriu fiel e com fé, terminado o seu curso terrestre ela foi elevada ao Templo dos céus, como prêmio e coroamento de sua humilde missão, tal como seu Filho foi elevado às sumas alturas. E lá ela intercede por nós para que não venha a faltar o vinho doce do amor de Deus, para que os odres de nosso coração estejam cheios de fé, de esperança e do desejo humilde de também sermos servos e servas de Deus, consagrados inteiramente a Ele, pois nossa vida é dele, pois Ele é o autor e consumador de nossa existência. Tudo é dele, por Ele e para Ele, ao qual seja dada a honra e a glória agora e por toda a eternidade.
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